Os moradores da Ilha de Santa Maria, em Vitória, têm até esta quarta-feira (30) para apresentar uma lista de famílias interessadas em matricular seus filhos em período integral no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Luiz Carlos Grecco, localizado no bairro. O prazo foi estipulado pelo prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) como condição para que a unidade de ensino continue a oferecer seus serviços, pois a gestão municipal havia anunciado o encerramento das atividades de forma gradual.
A ajudante de cozinha Rosana Ferreira dos Santos, que tem filhos matriculados na escola e é uma das mães que articulou mobilizações na comunidade para o não fechamento da creche, informa que o prefeito não estipulou um número mínimo de crianças para a lista e que o prazo foi devido ao fato de que as matrículas para quem está fora da rede começam no dia cinco de dezembro. Rosana afirma que a comunidade está satisfeita com a proposta e atribui às mobilizações a decisão tomada por Pazolini.
Além do não fechamento da creche e da disponibilização de turmas em horário integral, outra reivindicação é oferta de berçário, contemplando crianças entre seis meses e um ano, já que a unidade atende somente alunos entre dois e seis anos. Quanto a isso, o prefeito afirmou não ser possível, porque teria que ter banheiro na sala de aula, e como a estrutura da creche é pequena, não tem como fazer uma adequação. A comunidade chegou a sugerir a compra de um imóvel ao lado, mas o gestor não encampou a ideia.
A compra desse imóvel, recorda Rosana, chegou a ser cogitada na gestão do então prefeito Luciano Rezende (Cidadania), mas a proprietária desistiu da venda, após a gestão municipal rebaixar o valor.
As opções de CMEI dada aos moradores que querem matricular seus filhos em 2023 são na Ilha de Monte Belo, Jucutuquara e Avenida Vitória. Como o Luiz Carlos Grecco atende aos moradores da parte alta da Ilha de Santa Maria, caso a creche feche, eles terão que subir e descer morro ao levar e buscar as crianças na escola, algumas vezes, com elas no colo.
Entretanto, de acordo com Rosana, muitas famílias dependem de pessoas idosas, como as avós, para essa tarefa, que passa a ser mais difícil devido à necessidade de esforço físico. Outro problema seria o investimento que as famílias terão que fazer em transporte escolar diante da possibilidade de que não haja pessoas que possam levar nem buscar as crianças.
A vereadora Camila Valadão (Psol) chegou a encaminhar um requerimento de informação para a prefeitura. Ela fez um apelo para que sejam construídas alternativas de mobilização com a comunidade para que o equipamento se mantenha aberto. Depois, destacou que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e legislações municipais preveem a necessidade de oferta de vagas em locais próximos às residências dos alunos.
“Que ao invés de fechar CMEIs, possamos abrir CMEIs, que ao invés de fechar equipamento público que atende de forma satisfatória a comunidade, a gente possa construir estratégias de diálogo para ampliar número de vagas”, defendeu.
