“Possível retorno das aulas da rede pública e seus desdobramentos” é o tema da reunião extraordinária da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa que será realizada nesta quarta-feira (1), às 14h, e pode ser acompanhada ao vivo pela TV Ales ou pelas redes sociais.
“Estamos numa democracia e todo mundo pode falar sobre qualquer assunto. Mas quando se fala da reabertura [das escolas], não é questão de achar. A gente se fundamenta pelo que a ciência está dizendo, pelos que números estão dizendo. Envolve todo o conhecimento sobre questões sanitárias, médicas, sociais, as condições de cada comunidade e de cada escola. Não é uma questão meramente opinativa”, declarou na sessão virtual desta segunda-feira (29) o deputado Sergio Majeski (PSB), que integra a Comissão, presidida por Vandinho Leite (PSDB).
“É fundamental termos muito cuidado em relação a qualquer passo que for dado. Continuo com uma preocupação muto grande com o que acontece no Espírito Santo e no Brasil. Meu medo é que a gente comece a banalizar a dor e o sofrimento, se acostume com o fato de que todo dia morrem mais de mil brasileiros. Há três meses, quando morriam 700 pessoas na Itália, ficávamos horrorizados. Agora no Brasil morre quase o dobro e parece que nós estamos nos acostumando com isso”, ponderou o parlamentar.
Foram convidadas para a reunião extraordinária: Secretaria de Estado da Educação (Sedu), Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes), Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos (Sindipublicos), Conselho Municipal de Educação de Vitória (Comev), Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Laboratório de Gestão da Educação Básica (Lagebes), Professores Associados pela Democracia em Vitória (Pad-vix), Associação dos Pais de Alunos do Espírito Santo (Assopaes), Sindiupes pela Base, Conselho Estadual de Educação (CEE), União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime/ES), Conselho Municipal de Educação da Serra, Ministério Público do Estado (MPES) e Defensoria Pública (DPES).
A afirmação substituiu informes que vinham sendo dados aos municípios de que o retorno deveria acontecer em julho ou agosto, mas ainda assim, preocupa entidades e famílias, não só pelos riscos que as escolas oferecem, por serem lugares de grande aglomeração, como pela imposição feita pela Sedu de que as aulas remotas, que já vêm acontecendo desde abril, passarão a ser contadas como dia letivo a partir do dia 1 de julho.
Sergio Majeski já declarou a necessidade de se cogitar que
talvez as aulas presenciais não possam ser retomadas em 2020. “Se nada modificar na condução do processo de debelar essa pandemia, é difícil falar em retorno este ano. As aulas presenciais devem ser as últimas atividades a voltar a funcionar. As crianças e jovens são vetores do coronavírus”, disse, em reportagem a este Século Diário.
“São instâncias, programas e dinâmicas completamente distintas e o governo do Estado não entendeu isso. São estruturas completamente distintas! A rede privada tem escolas que são um planeta em si só. É completamente distinta de uma rede com 600 escolas cada uma numa situação. Não dá para o Sindiupes ser diluído nesse debate. Exigimos respeito para a nossa classe, nossos trabalhadores, em solidariedade à Assopaes. O Sindiupes se coloca à disposição para ajudar nesse debate”, disse o secretário de Organização do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo e secretário de Direitos Humanos da Confederação Nacional de Trabalhadores em Educação (CNTE), Christovam Mendonça.
Painel Covid-19
O Painel Covid-19 desta segunda-feira (29) confirmou mais 1.414 casos e 54 óbitos pela doença no Espírito Santo, totalizando 45.097 e 1.620, respectivamente, até o momento. A letalidade está em 3,59% na média estadual.