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Professores da UVV questionam trabalho presencial mesmo com aulas remotas

Com município em risco alto para Covid, docentes terão que ir até a universidade lecionar para os alunos 

Embora com as aulas presenciais suspensas em virtude da classificação de risco alto para Covid-19, professores da Universidade de Vila Velha (UVV) continuarão indo para a instituição de ensino, de onde terão que utilizar uma câmera para ministrar as aulas aos estudantes que acompanharão o conteúdo de casa. A decisão causa apreensão nos docentes, que consideram arriscado ter que se dirigir ao campus cotidianamente em um momento que consideram de maior gravidade da pandemia.

Os professores defendem que devem lecionar em home office, como foi feito em parte do ano letivo de 2020, quando, inclusive, custearam com os próprios recursos financeiros aparelhos tecnológicos para poder executar suas atividades laborais, conforme recordam.

O sentimento diante da decisão da UVV, afirmam, é de que suas vidas “não valem nada”. Eles temem se infectar não somente no trajeto, já que muitos dependem de transporte coletivo, mas também nas dependências da universidade, na qual haverá circulação não somente de diversos professores, mas também de outros profissionais. “A maioria de nós não foi vacinado. Temos medo de contrair o vírus e de passar para pessoas com quem convivemos em nossas casas”, relatam.

A categoria afirma que o medo os acompanha desde o início do semestre, já que algumas salas de aula estavam cheias, e, apesar do distanciamento entre uma cadeira e outra, é difícil conter o contato entre os estudantes. “Um aluno vai conversar com o outro, muitas vezes quer conversar com o professor, e a gente fica em uma situação chata de pedir para não chegar perto”.
Os docentes questionam se, passados os 14 dias, período inicialmente previsto para a suspensão, a universidade irá tomar medidas que consideram mais eficazes de prevenção à Covid-19. Para eles, a instituição de ensino leva em consideração somente o espaço da sala de aula para estabelecer distanciamento, mas esquece que na entrada e na saída, por exemplo, os estudantes acabam se aglomerando.
“Não estamos protegidos. Não dá para a gente conter a movimentação dos alunos no início e no término das aulas”, desabafam. Os professores também apontam que, nas mudanças de sala, estava sendo dado 20 minutos para as auxiliares higienizarem os espaços, o que é impossibilitado pelo número reduzido de profissionais.
Os professores informam que já há casos de profissionais afastados por Covid-19, que contraíram a doença depois do retorno das aulas. Se alguém testasse positivo, contam, a turma era direcionada para a atividade remota durante 15 dias, o que, para os docentes, não é suficiente, pois as pessoas daquele grupo têm contato com outras ao transitar nas demais dependências da universidade.

Vila Velha inicia, nesta segunda-feira (15), medidas restritivas de combate à Covid, devido à classificação em risco alto. Outras 17 cidades capixabas estão na mesma situação, com proibição das aulas presenciais. Já as aulas do ensino infantil estão proibidas em todo o Estado. Com o agravamento dos números de casos e óbitos registrados nos últimos dias, o que levou à ocupação de leitos a 90%, o governo anunciará em breve novas medidas, após reuniões marcadas com diversos setores.

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