A gestão de Lorenzo Pazolini (Republicanos) abriu edital de remoção para professores. Entretanto, o magistério tem tido diversas dificuldades durante o processo, que é online, entre elas, problemas causados por mudanças na carga horária, implementadas este ano; falhas no sistema; e vagas em turnos que não serão ofertados pela escola no próximo ano. Para o grupo Professores Associados pela Democracia de Vitória (PAD-Vix), a situação é reflexo da falta de diálogo da administração municipal.
O diretor executivo da PAD-Vix, Aguinaldo Rocha de Souza, explica que a remoção é um concurso público de mudança de local de trabalho, que pode ser por necessidade do trabalhador, como no caso daqueles que querem lecionar próximo de suas casas. Pode ser também “por imposição do poder público”, a exemplo de mudanças feitas pela gestão, que “obrigam o profissional a mudar sua rotina de vida”.
Aguinaldo explica também que as vagas são divulgadas e é feita uma ordem de classificação com base no tempo de serviço do professor. Portanto, os primeiros a escolherem as vagas são os que atuam há mais tempo no magistério municipal. O diretor executivo da PAD-Vix recorda que, este ano, houve mudanças na jornada escolar, sem diálogo. Entre os problemas causados por essa iniciativa, está o fato de que alguns professores estão com carga horária quebrada, ou seja, tiveram carga horária reduzida em uma escola, tendo que complementar em outra.
Assim, são obrigados a escolher uma unidade de ensino, por meio do edital de remoção, para fazer essa complementação. Entretanto, no caso dos que têm menos tempo de serviço, é mais difícil conseguir essa vaga para o mesmo turno da escola onde já lecionam, pois pode não mais haver disponibilidade. No caso de professores que têm cadeira em outro município no outro turno, por exemplo, eles teriam que fazer uma opção entre uma das redes municipais.
“A gente orienta para que não façam essa opção, pois quem criou o problema foi a prefeitura, e não o professor”, defende Aguinaldo. Outra dificuldade destacada por ele é o fato de que o sistema para participar da remoção é instável, portanto, o professor pode perder a chamada quando for sua vez de escolher, por dificuldade de acesso.
CMEI Luiz Carlos Grecco
Após matéria publicada por Século Diário nessa segunda-feira (28), na qual é informado que, se houver demanda, o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Luiz Carlos Grecco, localizado na Ilha de Santa Maria, funcionará em período integral, professores entraram em contato com o jornal afirmando que, no edital de remoção, há vaga para o turno vespertino nessa unidade de ensino para 2023.
Tudo indica que o integral de fato será implementado, pois de acordo com a ajudante de cozinha Rosana Ferreira dos Santos, que tem filhos matriculados na escola e é uma das mães que articulou mobilizações na comunidade para o não fechamento da creche, prevista para encerrar as atividades gradualmente, uma lista com cerca de 70 crianças a serem matriculados foi encaminhada para a gestão, provando que de fato há demanda.
Aguinaldo explica que a situação do CMEI não foi atualizada para efeitos de remoção, pois a proposta do integral para 2023 foi feita na semana passada e o edital está com base na realidade atual, que é de oferta de vaga no vespertino. De acordo com ele, o CMEI não precisa trabalhar a integralidade do horário do professor, podendo disponibilizar um profissional em cada turno, entretanto, nesse caso, ele questiona o que fazer no horário intermediário.
Aguinaldo diz ainda que não se pode impor a integralidade ao docente que optou por um turno, mas que a gestão pode “abrir excedência”, ou seja, fazer com que ele perca a vaga e tenha que escolher outra unidade, mesmo que o período de remoção já tenha passado. “Isso seria insano. Pedem para você escolher e depois que escolhe diz que não pode mais, mas não duvido que essa gestão seria capaz de fazer isso. Esses problemas são fruto da falta de diálogo e da arrogância da administração, que nega a experiência dos competentes profissionais que atuam no município”, desabafa.