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Professores defendem que Arnaldinho não sancione Plano de Cargos e Salários

Reivindicação, aprovada em assembleia nesta sexta, será levada à reunião com a Prefeitura de Vila Velha no dia 4

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes) realizou, na manhã desta sexta-feira (30), uma assembleia com os professores da rede municipal de ensino de Vila Velha. A categoria discutiu o Projeto de Lei (PL) nº 081/2022, que trata do Plano de Cargos e Salários do magistério, aprovado na Câmara de Vereadores. Os professores deliberaram que, na próxima quarta-feira (4), quando uma comissão irá se reunir com a gestão de Arnaldinho Borgo (Podemos) para tratar do assunto, a representação da categoria irá reivindicar a não sanção do PL, mantendo o atual Plano de Cargos e Salários, mas com reajuste linear em relação ao piso nacional.

Também foi aprovada a participação de dois trabalhadores da base na comissão. Conforme afirma o professor Vinícius Oliveira, ao reivindicarem que a representação não seja feita somente pelo Sindiupes, os trabalhadores apontam para uma “construção coletiva e garantia de que a base será ouvida”. 

Ele afirma que o diálogo do sindicato com a gestão tem sido “de portas fechadas”, que a entidade “não mobiliza” nem convoca assembleia. A realizada nesta manhã, aponta, foi feita após pressão da categoria, que, por iniciativa própria, realizou duas manifestações em frente à Prefeitura de Vila Velha, causando repercussão na imprensa local. O primeiro protesto foi nessa quarta-feira (28) e o segundo na quinta-feira (29) pela manhã.


A realização da reunião da próxima semana foi agendada nessa quinta-feira (29), em conversa entre o Sindiupes e a gestão municipal, após os professores afirmarem se sentir “golpeados” com a aprovação do novo Plano de Cargos e Salários. Os trabalhadores questionam a extinção da promoção por tempo de serviço. Apesar de a promoção por mérito ter sido mantida, será preciso o prazo de três anos para que o profissional dê entrada, sendo que uma das regras para acessar o direito é não ter mais de 30 dias de atestado nesse período, o que também é contestado pelos profissionais.

A diretora do Sindiupes, Jerusa Maria Gujanwski, participou da reunião dessa quinta-feira. Ela relata que o sindicato vinha participando da discussão, mas quando a prefeitura contratou uma empresa para atuar nesse processo, a entidade sindical perdeu espaço na comissão. Por isso, afirma, o projeto foi para a Câmara sem que o Sindiupes nem ao menos tivesse lido.

A professora Luciana Medeiros dos Santos acredita que os diretores de escola já sabiam que a proposta iria para a Câmara, pois diante do aumento de 42% no salário do professor em fase inicial de carreira, esses trabalhadores se beneficiam, considerando que a gratificação deles, pela Lei nº 4.670, varia de 125% a 225% do salário inicial, de acordo com o porte da escola. 

Esse aumento salarial, aponta, é uma forma de causar separação entre novatos e profissionais com mais tempo de casa, já que, inicialmente, o salário vai ser bom. Entretanto, com o passar do tempo, diante da possibilidade de aumento somente daí a três anos, os trabalhadores perderão poder de compra. “É o desmonte da educação pública canela-verde. O prefeito é antisservidor, não vê a gente como patrimônio da cidade. Professor para ele não existe”, protesta Luciana.


Designação Temporária

A rescisão do contrato de 2,2 mil professores em Designação Temporária (DT) e a decisão de realizar um novo processo seletivo com o salário bruto de R$ 1,9 mil, independente da titulação do profissional, também foi motivo de insatisfação entre os professores. Na reunião dessa quinta-feira, ficou decidido que a gestão de Arnaldinho Borgo vai manter 80% dos contratos que estão em vigência. Os contratos a serem rescindidos serão os que venceriam em breve, segundo Jerusa, que informou ainda que será realizado um processo seletivo, mas não o que já havia sido divulgado. Na nova seleção, o salário vai variar de acordo com a titulação do profissional.

Os novos editais, porém, ainda não são do agrado da categoria, pois é um edital para cada titulação específica. Assim, apontam os professores, a gestão irá priorizar os profissionais aprovados no edital para graduados. A categoria defende que seja um único edital, com convocação por ordem de classificação.


Prefeitura de Vila Velha desiste de rescindir contratos de professores DTs

Gestão de Arnaldinho Borgo decidiu manter 80% dos contratos após reunião com o Sindiupes. Plano de Cargos e Salários será reformulado


https://www.seculodiario.com.br/educacao/prefeitura-de-vila-velha-nao-vai-mais-rescindir-contratos-de-professores-dts

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