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Professores denunciam precarização da EJA e falta de diálogo com a PMV

Precarização desampara estudantes que já são vítimas de negação histórica, apontam docentes, que protocolaram nota na prefeitura

Profissionais da Educação de Jovens e Adultos (EJA), o Fórum de EJA do Espírito Santo, o Fórum de Diretores e o grupo Professores Associados pela Democracia de Vitória (PAD-Vix) denunciaram, em nota divulgada nessa terça-feira (27), a precarização na rede municipal de ensino da Capital. As entidades também apontam falta de diálogo entre os docentes e a gestão de Lorenzo Pazolini (Republicanos). 

“A precarização coloca em situação de desamparo estudantes historicamente desamparados, que já foram vítimas da negação do direito à educação”, afirma o diretor executivo da PAD-Vix, Aguinaldo Rocha de Souza.

Entre as críticas estão o gradativo nucleamento de turmas e diminuição da oferta; encerrado assessorias junto aos coletivos de pedagogos e coordenadores das escolas que ofertam a EJA; aumentado a lógica do empreendedorismo liberal; além da ausência de garantia de continuidade dos processos de formação continuada.

O documento foi protocolado na Prefeitura Municipal de Vitória (PMV), reivindicando “o retorno aos espaços de interlocução e construção coletiva das práticas que têm feito parte da história desta modalidade nos últimos 20 anos”. As entidades afirmam acreditar “na valorização da participação e envolvimento dos sujeitos da ação educativa em todos os processos que constituem o labor escolar” e apostar “na construção conjunta de estratégias pedagógicas que tenham como horizonte o direito à educação e os princípios da igualdade de acesso ao conhecimento para todas e todos”.

Diante disso, assumem o compromisso de se esforçarem para a manutenção das turmas de EJA, e que após o retorno presencial das aulas, que sejam ampliadas, “com vistas a garantia do direito à educação”. O grupo destaca que “os sujeitos da EJA sofrem diretamente com a diminuição significativa da atividade econômica e ausência de políticas públicas de proteção”, referindo-se aos impactos da crise sanitária causada pela pandemia da Covid-19. No contexto educacional, afirma a nota, esse sofrimento se agrava “com as dificuldades estruturais que excluem nossos educandos do acesso, não apenas aos bens sociais e materiais, mas fundamentalmente, aos bens culturais e tecnológicos”.
As entidades também relatam que, desde o início do ano letivo de 2021, procuram dialogar com a Coordenação de Educação de Jovens e Adultos (Ceja), que se esforça “para responder e auxiliar quanto às demandas encaminhadas ao setor”, porém, existe “a ausência de uma Gerência e Coordenação que seja capaz de realizar o processo de interlocução com as equipes pedagógicas das Unidades de Ensino do turno noturno; na perspectiva de dialogar e escutar os anseios dos profissionais e construir alternativas conjuntas e favoráveis ao fortalecimento e desenvolvimento do trabalho da EJA em nosso município”. Essa situação,  apontam, compromete o trabalho dos profissionais da educação e contribui para a negação do direito à educação.

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