A suspensão de pelo menos quatro escolas unidocentes chegou a ser anunciada para os dias 23 e 24 de maio, mas, após a primeira mobilização, foi interrompida pela Secretaria de Educação, sob promessa de uma reunião para discutir o assunto.
Como a conversa não foi agendada, uma outra atividade foi organizada nessa segunda-feira (4), na Câmara de Vereadores, quando as comunidades escolares lotaram a Casa de Leis colatinense.
“Não dialogaram com as comunidades”, denuncia Décio Rezende, diretor de assuntos jurídicos do Sindicato, relatando que o procedimento da Secretaria se resumiu a chamar os professores para comunicar da “suspensão das atividades” – “eles não chamam de fechamento de escola”, adverte Décio – e a transferência dos profissionais e crianças para escolas urbanas, sob argumento de existirem poucos alunos. “Isso é totalmente contrário ao que preconiza a Educação do Campo”, protesta o líder sindical.
Apesar da interrupção da equivocada política municipal, Décio conta que os rumores sobre retomada do processo continuam, mantendo profissionais e familiares de alunos em alerta. Uma nova reunião do Comitê está marcada para a próxima segunda (11).
O fechamento de escolas do campo tem sido executado na rede estadual de ensino desde o início do governo Paulo Hartung. Estima-se que mais de 50 foram fechadas e as que se mantêm funcionando são resultado de muita luta das comunidades escolares.
A transferência de alunos para escolas urbanas, totalmente descontextualizadas de sua realidade rural, é duramente condenada pelos especialistas em Educação do Campo, que, ao contrário, têm trabalhado pelo fortalecimento das escolas do campo e da Pedagogia da Alternância, incluindo mobilização para inclusão dessas diretrizes na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB – Lei Federal nº 9.394/96).