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Professores encerram greve, mas movimento reivindicatório continua em Vitória

Uma votação apertada, com muitas abstenções e votos contrários, decidiu pelo fim da greve dos professores da rede pública de ensino de Vitória em assembleia extraordinária realizada na manhã desta terça-feira (24).

O medo de mais retaliações foi o motivo da decisão. Depois de demitir sumariamente pelo menos dois professores, que estão impossibilitados de trabalhar no serviço público pelos próximos cinco anos, e de cortar 30 dias de ponto de centenas de profissionais (que tiveram seu último vencimento reduzido a menos de 20% do valor), a categoria teme por mais sofrimento que possa vir a ser causado pelo prefeito Luciano Rezende (PPS).

O desrespeito do prefeito aos professores e diretores das escolas sob gestão municipal é tamanho, que ele se sobrepôs à categoria e anunciou o fim da greve de forma antecipada, por meio de comunicado enviado às famílias dos alunos na noite dessa segunda-feira (23), quando somente uma assembleia da categoria pode decidir sobre isso.

O Comando de Greve reafirma que, apesar do retorno às aulas nesta quarta-feira (25), o movimento reivindicatório continua. Na sexta-feira (27), a manifestação será na própria Secretaria (Seme), quando os diretores irão entregar, em conjunto, os relatórios de frequência de seus professores. Normalmente essa entrega é feita individualmente, mas, em protesto contra a falta de diálogo e autoritarismo do prefeito, o Fórum de Diretores está articulando essa manifestação conjunta, com apoio dos professores.

A próxima assembleia da categoria está marcada para o dia nove de maio, uma quarta-feira. Até lá, espera-se algum retorno por parte do Executivo. “Aguardamos a reabertura da mesa de negociação junto ao Ministério Público”, afirma Washington Felix Rocha, coordenador do Comando de Greve, referindo-se à tentativa, até o momento frustrada, de intermediação por parte do MPES, que não conseguiu abrir diálogo com o prefeito em favor das demandas dos profissionais de educação do município.

A principal reivindicação é a reposição das perdas inflacionárias dos últimos quatro anos, período em que Luciano Rezende não cumpriu com a lei e não realizou qualquer tipo de reajuste, tendo anunciado apenas um percentual de 3% referente a 2017, quando, no total, as perdas chegam a 28,5%.

Também integram a pauta de luta: o cumprimento do Plano de Cargos e Vencimentos; o pagamento do auxílio-alimentação para quem tem duas cadeiras na rede municipal; a qualificação das compras públicas para a obtenção de materiais escolares de melhor qualidade; e a reforma e manutenção dos prédios públicos. 

A greve teve início há um mês, no dia 26 de março, e chegou a atingir 70% das escolas, afetando quatro mil professores e 35 mil estudantes.

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