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​Professores encontram obstáculos para acessar progressão vertical em Vitória

Secretaria de Educação não considera licenciaturas como História, Letras e Biologia para fins de progressão

As barreiras encontradas para a progressão vertical, ou seja, por titulação, têm incomodado os profissionais que ocupam o cargo de PEB IV – coordenador de turnos da rede municipal de ensino de Vitória. Professores que preferiram não se identificar, por medo de represálias, relatam que, ao contrário do que acontecia em gestões anteriores, os trabalhadores que ocupam o cargo PEB IV que têm pós-graduação stricto sensu e/ou lato sensu na sua área de formação, como os graduados em História, Letras, Ciências Biológicas e outras licenciaturas, não têm acessado a progressão vertical.

Isso acontece, afirmam, porque a Secretaria Municipal de Educação (Seme) exige que, para ter acesso a esse direito, os cursos sejam na área da Educação ou de áreas correlatas, conforme consta no Plano de Cargos e Salários do Magistério e no edital do concurso. Portanto, a pasta não considera outras licenciaturas como correlatas, o que é questionado pelos docentes.
“A educação é muito abrangente. A pós-graduação, seja especialização, mestrado ou doutorado, qualifica o profissional para atuar dentro da modalidade de concurso público que ele fez. A busca pela formação do profissional não pode ser descartada. Para nós, é mais uma incoerência, mais uma interpretação equivocada da gestão [Lorenzo] Pazolini. Como se de alguma forma tentassem desqualificar o trabalho e a produção dos profissionais”, pontua o diretor executivo do grupo Professores Associados pela Democracia de Vitória (PAD-Vix), Aguinaldo Rocha de Souza.
Aguinaldo também aponta contradições na atitude da Seme. “Essa mesma gestão que não aceita esse trabalho, essa formação do professor, é aquela que faz com que os professores que prestaram concurso para uma determinada área de conhecimento atue em outras, como é o caso do Projeto de Vida e das Práticas Experimentais. São contradições atrás de contradições. Eles mesmos não se entendem. Acabam nos impondo ter que buscar isso sempre por meio da Justiça, pois falta à administração sensibilidade para compreender a dimensão e a grandiosidade da educação, em particular da educação pública”, diz.
Professores afirmam que, devido à impossibilidade de progressão, se preparam para outros concursos, pois pretendem abandonar a o magistério de Vitória. “Para os que já cursaram e os que estão cursando uma pós-graduação, o sentimento é de frustração”, desabafam, destacando que, para os que ainda não são efetivos, o concurso público na rede de ensino de Vitória deixa, assim, de ser atraente. 

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