A terceira assembleia geral dos trabalhadores em educação da Serra aconteceu na manhã desta quarta-feira (23), com o objetivo de debater pautas que são prioridades para a categoria do município. A negociação salarial e a insegurança nas escolas foram as principais reinvindicações debatidas pelos professores.
Cerca de 450 professores compareceram à assembleia. A categoria está indignada com o descaso da gestão do prefeito Audifax Barcelos (Rede) às reivindicações dos trabalhadores, que seguem mobilizados para que possam garantir melhorias para a categoria.
Desde o início de 2014, trabalhadores juntamente com os sindicatos tentam dialogar com a Secretaria Municipal de Educação da Serra sobre a campanha salarial e os inúmeros problemas que os profissionais enfrentam no cotidiano das escolas, porém, sem sucesso.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes) afirma que enviou com antecedência para a prefeitura ofícios solicitando uma audiência e alertando sobre a campana salarial da Educação, mas, até agora, não obteve nenhuma resposta.
De acordo com Paulo Loureiro, diretor de Assuntos Jurídicos do Sindiupes, em março ocorreu uma audiência sem a presença do prefeito, quando a única notícia relevante foi o anúncio que ainda este ano será organizado um concurso público para ingresso de professores. A questão do piso do município, que seria discutida em uma reunião em março, foi adiada por motivo de agenda e até hoje não aconteceu. A informação é que ela está marcada para o dia 21 de junho, mais de três meses após a reunião inicial.
“Tivemos uma audiência com a equipe de governo, mas o prefeito não estava presente, frustrando mais uma vez a expectativa da categoria, que contribuiu enormemente para sua reeleição. A gente esperava, no mínimo, mais respeito por parte dele”, disse o diretor.
Na audiência prevista para o dia 21 de junho, os professores serão convocados a realizar uma vigília durante o andamento da reunião. Eles ficarão na porta da prefeitura, para pressionar e esperar uma resposta positiva por parte do governo.
Outro ponto debatido na assembleia foi a falta de segurança nas escolas. Para Paulo, o que se vê é a falta de investimento nas unidades de ensino e dos profissionais da Educação. Além do descaso, a categoria considera a situação resultado da irresponsabilidade e total ausência de diálogo por parte do governo. Desde junho de 2015, as escolas da Serra não possuem vigilantes.
“O prefeito não cumpre sua palavra, não trata a Educação Pública como prioridade. Estudantes, trabalhadores e a comunidade escolar estão em total abandono, entregues à própria sorte”, afirmou.
Nova Venécia
Muda o município, mas os problemas são os mesmos. Em Nova Venécia, noroeste do Estado, profissionais da rede municipal de ensino e representantes do Sindiupes se reuniram na noite da última terça-feira (22) com vereadores. Os professores reclamam da falta de diálogo com o prefeito da cidade, Mário Sérgio Lubiana Barrigueira (PSB).
Sem reajuste salarial desde 2016, essa é a principal reivindicação dos professores de Nova Venécia. Eles também criticam as condições de trabalho nas escolas, que estão com lâmpadas queimadas, portões quebrados, falta de material e de porteiros. Após ouvir as demandas dos profissionais da educação, os vereadores comunicaram que vão auxiliar os professores na busca pelo diálogo com a prefeitura.
O diretor regional do Sindiupes, Rodrigo Agapito, protocolizou um pedido para usar a Tribuna Livre da Câmara na sessão do próximo dia 5 de junho. Na data, Rodrigo detalhará os problemas enfrentados pelos professores da rede municipal: “A população precisa saber que a categoria está desvalorizada e que não existe diálogo entre educadores e o Poder Executivo”, frisou.