Programa de Educação Tutorial, que realizou protesto nesta semana, informou que será marcada uma reunião para discutir o tema
A Reitoria da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) contatou o Programa de Educação Tutorial (PET) Cultura e informou que vai se reunir com todos os 13 PETs da instituição de ensino, para debater uma política de acessibilidade. O aceno ocorre após protesto realizado por estudantes, motivado por um acidente registrado na rampa do Centro de Ciências Humanas e Naturais (CCHN).
A estudante de Pedagogia e integrante do PET Cultura, Vitória Reis, informa que, embora ainda não tenha marcado a data, a Administração Central afirmou que a reunião será nesta semana. No último dia 25 de maio, ela tombou para trás com sua cadeira de rodas, devido à má inclinação da rampa. Com a queda, Vitória bateu a cabeça no concreto e ficou desacordada por um tempo.
Após recuperar os sentidos, Vitória voltou a se dirigir ao evento “Acessibilidade e Inclusão no Contexto Universitário”, realizado pelo PET Cultura e no qual deu uma palestra. Posteriormente, foi ao médico, fez os exames, que não apontaram nenhuma consequência decorrente do acidente. “Senti muita revolta. Desde sempre cobro acessibilidade na universidade, mas como tive uma rede de apoio de amigos e familiares, não me abalei tanto”, diz.
O protesto teve início na rampa onde o acidente aconteceu, próximo à Cantina do Onofre. Os estudantes falaram palavras de ordem, pregaram faixas e cartazes, além de mobilizar alunos e professores para se juntar ao grupo. De lá, partiram para a Reitoria, onde prosseguiram com a manifestação.
‘É preciso pressão’
O professor do Centro de Educação da Ufes, Douglas Ferrari, que tem deficiência visual, vê na manifestação ocorrida nessa segunda uma “oportunidade de promover uma educação anticapacitista”, pois, conforme afirma, nunca antes ele havia visto na universidade uma aglutinação de diversas forças em defesa da acessibilidade. O protesto contou com a participação do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e dos Centros Acadêmicos, ou seja, houve uma adesão para além das pessoas com deficiência (PCDs).
Douglas aponta para a necessidade uma “luta mais global, coletiva”, já que as que têm sido feitas até então foram mais individuais, como a sua, a de pessoas que vieram antes, do Coletivo Mães Eficientes Somos Nós e de outras pessoas como uma estudante de Direito que se mobilizou para que o prédio do seu curso tivesse acessibilidade.
A ideia, afirma Quezia, é encaminhar o material elaborado para o Núcleo de Acessibilidade da Ufes (Naufes), que coordena e executa ações relacionadas à promoção de acessibilidade e mobilidade, além de acompanhar e fiscalizar a implementação de políticas de inclusão das pessoas com deficiência na Educação Superior, com foco no acesso e permanência.