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Reta final: estudantes debatem propostas na campanha do DCE da Ufes

Chapas concorrentes participam de debates na universidade; votação é na próxima semana 

Thompson Griffo

A votação do processo eleitoral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) acontecerá na semana que vem, nos dias 24 e 25 de outubro, e a reta final da campanha tem sido de debates entre as chapas concorrentes. O primeiro aconteceu nessa segunda-feira (16), no campus de São Mateus, norte do Estado, e mais quatro estão marcados: na tarde dessa terça-feira (17), no campus de Maruípe, em Vitória, e às 19h, no campus de Goiabeiras, também em Vitória; e na quarta (18) no campus de Alegre, sul do Estado. A “Chapa 1 – Abre Alas” e a “Chapa 2 – DCE É Pra Lutar” disputam a preferência dos estudantes.

Com 288 estudantes inscritos, a Chapa 1 é formada pelos movimentos Enfrente, Movimento Popular da Juventude (MPJ), Levante Popular da Juventude, Kizomba, Para Todos, União da Juventude Socialista (UJS) e Movimento Participa. O atual presidente do DCE, Emanuel Couto, é um dos integrantes do bloco.

Entre as propostas estão: Restaurante Universitário (RU) com preços acessíveis; moradia estudantil em todos os campi; implementação de cotas para pessoas trans; melhorias na infraestrutura da universidade; e políticas para cultura e esporte. Na página de Instagram da Chapa 1, foi disponibilizado um link para o seu programa completo.

Já a Chapa 2, com 135 estudantes, é constituída pelos movimentos Unidade Popular (UP), União da Juventude Comunista (UJC), Movimento por uma Universidade Popular (MUP) e Ecoar. O bloco se coloca como oposição, mesmo que inclua grupos que participaram da última gestão, como UJC e Ecoar.

Apesar de não ter divulgado um documento programático em sua página, as propostas da Chapa 2 também podem ser conferidas em uma postagem em destaque, o que inclui: bolsa automática para estudantes de ação afirmativa; diminuição do valor do RU e inclusão de café da manhã; defesa de moradia estudantil a partir de pautas históricas do movimento estudantil; e mudanças bibliográficas para incluir intelectuais negres, trans e travestis.

Além dos debates e apresentação de propostas, os estudantes seguem em campanha pela universidade, realizando panfletagem, visitas a salas de aula e rifas para arrecadação de recursos para as chapas. Movimentos sociais ligados à Chapa 2 também preparam “um ato contra a transfobia institucional” para as 12h da próxima quinta-feira (19), na Reitoria da Ufes, em Goiabeiras.

Além de definir qual dos blocos concorrentes assumirá a gestão do DCE para o período 2023-2024, a votação servirá para o cálculo do percentual de representação estudantil nos conselhos universitários superiores.

Ao todo, a diretoria do DCE conta com 19 cargos. Após a divulgação do resultado final, a chapa vencedora deverá encaminhar à Comissão Eleitoral a lista dos nomes que atuarão na gestão. No caso da indicação dos representantes estudantis nos conselhos universitários, as duas chapas terão direito a fazer indicações, tendo o bloco vencedor a possibilidade de apresentar um percentual maior de estudantes.

Divergências e convergências

O DCE atuou este ano em importantes pautas para a comunidade acadêmica, como a realização de protestos contra os cortes na Educação e o novo ensino médio; pelo direito à alimentação e permanência na Ufes, após suspensão das atividades do Restaurante Universitário (RU), que culminou na ocupação da Reitoria por três dias; e por garantia de acessibilidade na universidade.

Como em todos os movimentos sociais e políticos, os diferentes grupos que compõem o movimento estudantil seguem um fluxo natural de convergências e divergências de ideias e métodos de militância. A UJC, por exemplo, considera que participar da última gestão do DCE junto a grupos divergentes foi um passo necessário na luta contra o bolsonarismo, mas avalia que houve decisões equivocadas do DCE em alguns processos, conforme apontou em um texto recente de “autocrítica”.

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