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Reunião em CMEI da Ilha das Caieiras é adiada sem previsão de nova data

Secretária Juliana Roshner alegou impossibilidade de comparecer, devido à guerra do tráfico em Itararé

A reunião entre a secretária municipal de Educação de Vitória, Juliana Roshner, e a comunidade escolar do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Magnólia Dias Miranda Cunha, na Ilha das Caieiras, que aconteceria nessa terça-feira (10), foi cancelada a pedido da gestora. Embora a unidade de ensino fique em outra localidade, Juliana alegou que não seria possível comparecer devido à guerra do tráfico, que tem culminado em trocas de tiros e mortes em Itararé, região onde fica a Secretaria Municipal de Educação (Seme).

A secretária não deu previsão de uma nova data para a reunião, que seria para discutir sobre a implantação do tempo integral. A comunidade aponta falta de diálogo na implantação do modelo.

O CMEI da Ilha das Caieiras é misto, com turmas de tempo integral e parciais. O objetivo da gestão de Lorenzo Pazolini (Republicanos) é, aos poucos, diminuir a quantidade de turmas parciais, até que a unidade de ensino se torne 100% integral. Os servidores informam que hoje são cinco turmas de tempo integral; seis parciais, no vespertino; e outras cinco parciais, no matutino.
Seguindo a proposta de implantação gradativa do modelo presencial em 100%, a Secretaria Municipal de Educação (Seme), a partir de 2024, abrirá seis turmas de tempo integral; três parciais, no matutino; e outras quatro parciais, no vespertino. Com essa alteração, não haverá vagas, no próximo ano, para o grupo 1, que é de crianças de seis meses a um ano. Atualmente, o grupo 1 funciona à tarde. O grupo 2, que é de um ano a dois anos, passará a ser integral.
A não oferta de vagas para o grupo 1 tem sido questionada pelos responsáveis. Muitos deles também não querem matricular as crianças do grupo 2 no modelo integral, pois as consideram muito pequenas para ficar o dia todo na escola, precisando de maior contato com a família. “Por que não atender a todos?”, questiona um trabalhador do CMEI, que prefere não se identificar por medo de represálias. Ele aponta, ainda, um outro problema, que é o horário de atendimento do tempo integral, proposto pela Seme, que é das 7h às 16h, portanto, impossibilitando muitos responsáveis de buscar as crianças, pois a saída é no horário do trabalho.
Assim, na impossibilidade de matricular as crianças no Magnólia Dias Miranda Cunha, os responsáveis teriam que buscar vagas no CMEI Gilda de Athayde Ramos, em São Pedro, ou no Padre Giovanni Bartesaghi, em Santo André, que não são muito próximos. Além disso, não há quadro suficiente de profissionais para trabalhar 40 horas semanais e atender o integral. A carga horária dos professores é de 25 horas e há aqueles com duas cadeiras. Assim, teriam que largar uma para trabalhar no período integral. Outro problema é a situação dos assistentes de educação, cuja carga horária é de 30 horas.
Abaixo-assinado
Na reunião dessa terça-feira (10), a comunidade iria apresentar para a secretária um abaixo-assinado. “Entendendo que temos o direito e o dever de nos posicionarmos diante daquilo que nos afeta, nós, abaixo assinados/as, moradores/as do entorno do CMEI Magnólia Dias Miranda Cunha e demais membros da comunidade da Unidade de ensino, vimos por meio desse informar ao poder público municipal de Vitória, em particular a secretaria municipal de Educação de Vitória/ES, que, diante da possível implantação do Tempo Integral em nossa unidade de ensino, não nos sejam retirados direitos de matrículas e permanência, por não desejarmos/podermos seguir a jornada integral”.
O documento destaca que a comunidade compreende que os legisladores, ao propor o Plano Nacional de Educação (PNE), Plano Estadual de Educação (PEE) e o Plano Municipal de Educação (PME), ao proporem um percentual de atendimento integral até 2024, “deixam explícito nos documentos que não há a necessidade que todos sejam obrigados a permanecer nas unidades de ensino, se adequarem ao horário integral”.
“Somos, todas e todos a favor do Tempo Integral, porém, que seja ofertado a partir de um amplo e respeitoso debate democrático com as comunidades e seus conselhos de escolas, onde a premissa seja a garantia de direitos. Não queremos e não podemos abrir mão do atendimento aos grupos hoje atendidos, para agradar a um modelo de implantação, escolhido/imposto pela gestão municipal de Vitória/ES, que, nega nossos interesses e possibilidades como usuários/as do serviço público. Somos favoráveis que metade das turmas continuem em Tempo parcial e a outra metade em Tempo Integral”, destaca o abaixo-assinado.

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