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Sem repasses federais, Ufes atrasa pagamentos de bolsas a estudantes

Quase 400 integrantes de projetos de pesquisa e extensão estão sem receber pelo mês de fevereiro
O Diretório Central dos Estudantes da Ufes (DCE) publicou, nesta quarta-feira (18), uma nota que foi direcionada à Reitoria da universidade, devido ao atraso de 12 dias no pagamento das bolsas para 379 estudantes que participam de pesquisas de iniciação científica e projetos de extensão. Segundo a Ufes, o fato se deve à não liberação de recursos pelo Ministério da Educação, que era prevista para essa segunda-feira (15).

Os estudantes reclamam que, mesmo sabendo deste atraso, no dia 15 já somariam 10 dias, já que o pagamento costuma acontecer até o quinto dia útil do mês, e a administração da entidade superior não havia emitido nem um comunicado oficial em suas redes, nem enviado algum e-mail para avisar aos beneficiários.

“É muito grave. Tratam-se de estudantes que estão desamparados e que contam com esse recurso de apoio à permanência universitária e à participação em pesquisa e extensão, que há muito não se reajusta”, criticou o DCE sobre os atrasos.

A bolsa tem valor de R$ 400 mensais, e o atraso se refere aos trabalhos do mês de fevereiro. A pesquisa e extensão formam junto com o ensino o tripé que justifica a missão das universidades brasileiras, tendo a indissociabilidade como princípio registrado na constituição, ou seja, os três pilares precisam existir em comum.

A Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional (Proplan) da Universidade Federal do Estado informou que o pagamento das bolsas já foi empenhado pela universidade e deu a previsão de que até a próxima sexta-feira (19) estejam normalizados.

Em sua nota, o DCE lembrou que, desde agosto de 2019, os estudantes vinham realizando reuniões, assembleias e atos pautando a importância do programa de bolsas. “No pátio da Reitoria, em setembro daquele ano, reunimos centenas de estudantes atingidos pela medida, realizamos uma grande intervenção contra os cortes na educação, capitaneados por Jair Bolsonaro e sua política de desmonte no Ministério da Educação”.

Para o estudante de Direito Hilquias Crispim, membro do Conselho Universitário, a Ufes deve dar prioridade à política de permanência estudantil. “Há mecanismos possíveis para priorizar esses pagamentos, que entram no orçamento como despesa de custeio, junto com diversos outros gastos. Mas nos conselhos superiores, que precisam referendar as decisões da administração, há dificuldade de entender como são distribuídos os recursos, porque não temos um orçamento participativo”, questiona.

Segundo ele, a reitoria se comprometeu a realizar uma reunião conjunta entre os conselhos superiores (Conselho Universitário; Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão; Conselho de Curadores) na próxima segunda-feira (22), para tratar da questão orçamentária da universidade.

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