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Servidor é exonerado e aponta perseguição por parte de diretora de escola

Wendel Vieira de Souza afirma ter tido avaliação negativa no probatório por diretora que cometia assédio moral 

O agente de suporte educacional Wendel Vieira de Souza aponta perseguição em sua exoneração, publicada no Diário Oficial do Espírito Santo em maio último. A motivação para seu desligamento do serviço público estadual foi ter recebido notas baixas na avaliação parcial de estágio probatório. Ele afirma, porém, que não foi avaliado pela chefia que de fato deveria tratar disso e aponta que a diretora que o avaliou cometia assédio moral contra ele quando trabalhava na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Nea Salles Nunes Pereira, em Maracanã, Cariacica.

Wendel recorda que, após passar no concurso público, começou a trabalhar como agente de suporte educacional em novembro de 2022, na unidade de ensino situada em Maracanã. A partir daí, passou a sofrer assédio moral por parte da diretora Eliete Gomes Torquato Louzada.

Uma das atividades as quais foi designado por ela, afirma, foi na área de recursos humanos. Contudo, ele ainda não tinha pleno domínio da atividade, uma vez que o concurso não exigia experiência. Wendel destaca que isso não foi levado em consideração pela diretora, que reclamava constantemente de seu trabalho e chegou a constrangê-lo publicamente em uma reunião do Conselho de Escola ao insinuar que ele “não sabia fazer nada”. Isso fez com que ele acionasse o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), o que resultou na instauração de Notícia de Fato por parte do promotor Dilton Depes Tallon Netto.

Além disso, em janeiro de 2023, o servidor enviou pedido de mudança de escola para a Superintendência Regional de Cariacica (SRE), apontando sofrer perseguição por parte da diretora. “Digo isso porque apesar de nós, agentes, ainda estarmos realizando curso de formação com apoio da SRE e da própria Sedu, tenho notado já há algum tempo venho sendo tratado com o que me parece ser um rigor excessivo e hostilidade”, disse no documento no qual faz o pedido.
Wendel acrescenta que “mesmo sendo novato na função, já fui chamado à sala da direção por duas vezes, sendo exposto a constrangimentos ante a presença de colegas de trabalho por conta de eu não saber ainda executar tarefas cuja instrução para sua fiel execução sequer me foi fornecida – ou fornecida inadequadamente em alguns casos. Algumas das falas da diretora inclusive dão conta de que ‘ela não teve instrução quando foi colocada nesse cargo e teve que se virar’, ou ainda que durante a sua formação no curso de graduação em Matemática, ‘também não teve ensinamento adequado, pois os professores não tinham paciência’. Dessa forma, por mais que eu me esforce a ponto de ficar sem almoçar para ajudar no atendimento em dias atípicos, não disponho de condições de dominar com profundidade toda a demanda necessária”.
O servidor aponta ainda acreditar que essa hostilidade tem origens em divergências políticas passadas, uma vez que foi aluno daquela escola e, na época, discordou do posicionamento pró-Bolsonaro por parte da diretora.

“A mesma parece ter criado por mim alguma espécie de antipatia por conta do seu firme posicionamento político pró-Bolsonaro, com o qual eu apenas não concordei. Embora tenha sido sempre respeitoso com a ex-professora, ao ponto de ter me disposto a ajudá-la em seu mestrado de Matemática em 2018 (ela precisava de alguém de ‘humanas’ pra sugerir melhoras em seu texto), mais recentemente, porém, a mesma havia cortado vínculos virtuais em redes sociais através de bloqueios após algumas tentativas de me convencer a pensar favoravelmente sobre o seu então candidato à reeleição, Jair Bolsonaro”, relatou no documento.

A mudança de escola foi concretizada um mês depois do pedido feito por Wendel. O agente de suporte educacional, então, passou a trabalhar na EEEFM Mariano Firme de Souza, em Bandeirantes, Cariacica. Wendel afirma que a chefia que deveria ter feito sua avaliação do 1º ciclo do estágio probatório, que corresponde a 180 dias, deveria ser a direção da escola de Bandeirantes, e não da de Maracanã.
Para dizer isso, afirma se basear no Estatuto dos Servidores. Ele explica que, em casos como o dele, que passou por mais de uma chefia no período de 180 dias, quem deve avaliar é aquela que exerceu essa função por mais tempo. Em situação de empate, a avaliação deve ser feita pela chefia mais recente, portanto, em ambos os casos, a direção da EEEFM Mariano Firme de Souza é quem deveria avaliar.

Wendel relata que foram contabilizados pela Sedu 91 dias de atuação na primeira escola e 90 no segundo. Entretanto, como chegou a tirar um dia de abono de interesse pessoal quando ainda estava na EEEFM Nea Salles Nunes Pereira, esse dia, segundo o Estatuto, não deve ser contabilizado, totalizando 90 dias em cada uma das unidades de ensino.

Ao receber a avaliação, na qual tirou nota inferior a 50% nos quesitos iniciativa e participação na área do trabalho, conhecimento técnico e qualidade do trabalho, acionou o MPES novamente, protocolando novos documentos dentro do mesmo processo, com a atualização dos fatos.

“Estudei para um concurso que tinha 25 mil inscritos para 600 vagas e sou exonerado injustamente. A pessoa que ocupa um cargo de direção de escola tem que ter mais razoabilidade, bom senso, entender que o serviço público é para o público, e não para questões pessoais”, enfatiza Wendel, que, desempregado, conta com a ajuda de amigos, que fizeram uma vakinha para ajudá-lo. 

A Sedu foi procurada por Século Diário, mas até a publicação desta matéria, não respondeu à demanda.


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https://www.seculodiario.com.br/educacao/a-sedu-tenta-nos-convencer-a-aceitar-o-que-eles-querem

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