Wendel Vieira de Souza afirma ter tido avaliação negativa no probatório por diretora que cometia assédio moral
O agente de suporte educacional Wendel Vieira de Souza aponta perseguição em sua exoneração, publicada no Diário Oficial do Espírito Santo em maio último. A motivação para seu desligamento do serviço público estadual foi ter recebido notas baixas na avaliação parcial de estágio probatório. Ele afirma, porém, que não foi avaliado pela chefia que de fato deveria tratar disso e aponta que a diretora que o avaliou cometia assédio moral contra ele quando trabalhava na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Nea Salles Nunes Pereira, em Maracanã, Cariacica.
Wendel recorda que, após passar no concurso público, começou a trabalhar como agente de suporte educacional em novembro de 2022, na unidade de ensino situada em Maracanã. A partir daí, passou a sofrer assédio moral por parte da diretora Eliete Gomes Torquato Louzada.
Uma das atividades as quais foi designado por ela, afirma, foi na área de recursos humanos. Contudo, ele ainda não tinha pleno domínio da atividade, uma vez que o concurso não exigia experiência. Wendel destaca que isso não foi levado em consideração pela diretora, que reclamava constantemente de seu trabalho e chegou a constrangê-lo publicamente em uma reunião do Conselho de Escola ao insinuar que ele “não sabia fazer nada”. Isso fez com que ele acionasse o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), o que resultou na instauração de Notícia de Fato por parte do promotor Dilton Depes Tallon Netto.
“A mesma parece ter criado por mim alguma espécie de antipatia por conta do seu firme posicionamento político pró-Bolsonaro, com o qual eu apenas não concordei. Embora tenha sido sempre respeitoso com a ex-professora, ao ponto de ter me disposto a ajudá-la em seu mestrado de Matemática em 2018 (ela precisava de alguém de ‘humanas’ pra sugerir melhoras em seu texto), mais recentemente, porém, a mesma havia cortado vínculos virtuais em redes sociais através de bloqueios após algumas tentativas de me convencer a pensar favoravelmente sobre o seu então candidato à reeleição, Jair Bolsonaro”, relatou no documento.
Wendel relata que foram contabilizados pela Sedu 91 dias de atuação na primeira escola e 90 no segundo. Entretanto, como chegou a tirar um dia de abono de interesse pessoal quando ainda estava na EEEFM Nea Salles Nunes Pereira, esse dia, segundo o Estatuto, não deve ser contabilizado, totalizando 90 dias em cada uma das unidades de ensino.
“Estudei para um concurso que tinha 25 mil inscritos para 600 vagas e sou exonerado injustamente. A pessoa que ocupa um cargo de direção de escola tem que ter mais razoabilidade, bom senso, entender que o serviço público é para o público, e não para questões pessoais”, enfatiza Wendel, que, desempregado, conta com a ajuda de amigos, que fizeram uma vakinha para ajudá-lo.
Aprovados no concurso da Sedu oficializam denúncia no Ministério Público
‘A Sedu tenta nos convencer a aceitar o que eles querem’
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