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Turmas de escola municipal de Vitória ficam sem aula por falta de professor

Diretor da unidade, Aguinaldo Rocha de Souza diz que a situação poderia ter sido evitada pela prefeitura

Estudantes do primeiro e do quinto ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Predizeu Amorim, no bairro Bonfim, em Vitória, terão as aulas suspensas a partir desta sexta-feira (22) devido ao fim do contrato da professora. Em comunicado aos pais e responsáveis, a unidade destaca que, “até o presente momento, não temos um profissional para atender esta turma. Por este motivo, estamos suspendendo as aulas até recebermos um professor”.

O diretor da escola e diretor executivo do grupo Professores Associados pela Democracia de Vitória (PAD-Vix), Aguinaldo Rocha de Souza, destaca que a situação poderia ter sido evitada pela gestão de Lorenzo Pazolini (Republicanos). “A Seme [Secretaria Municipal de Educação] sabe desde sempre do fim do prazo de vigência dos contratos. Informamos sobre o problema na transição de governo e cobramos muitas vezes depois da posse do novo prefeito”, recorda.

Aguinaldo afirma que a entidade está fazendo um levantamento das outras escolas da rede municipal de ensino para averiguar quantas passam pelo mesmo problema. Ele destaca que a impossibilidade de as crianças comparecerem às aulas prejudica a qualidade do ensino e também a organização familiar, uma vez que elas terão que ficar em casa. Para Aguinaldo, independentemente de a Seme encaminhar outro profissional, “o estrago já está feito”.
“A antiga professora, que dava aula para as duas turmas, já havia desenvolvido uma relação afetiva com os alunos. Perde-se a relação de afeto, a proximidade para dar uma boa aula. O prejuízo já está dado, esse novo profissional vai ter que começar do zero, conhecer o histórico de cada criança”, aponta Aguinaldo.
O diretor da escola relata que a notícia pegou os alunos de surpresa. Estudantes do primeiro ano foram se queixar da situação na diretoria. Eles afirmam que “a professora sempre foi muito legal desde o primeiro dia de aula” e que a o ocorrido “é bem ruim”, pois ficarão sem aula.
O problema com os contratos teve início em 2020, na gestão do então prefeito Luciano Rezende (Cidadania), que não renovou os vínculos dos professores em Designação Temporária (DTs) até o final de 2021, conforme estabelece a Lei 9.693, promulgada em outubro de 2020. A Pad-Vix sempre defendeu que, diante dessa situação, caberia à administração atual renovar os contratos.
O grupo chegou a sugerir aos professores, no início de outubro, que encaminhassem um requerimento à Secretaria de Educação reivindicando a prorrogação do contrato, levando em consideração o período de menos de 60 dias para o fim do ano letivo; a necessidade do estabelecimento da relação de confiança, afeto, conhecimento e proximidade entre professores, estudantes e família; a necessidade de o profissional conhecer individual e coletivamente sua turma; e o desemprego que causará aos professores que tiverem seus contratos encerrados.
A falta de profissionais também afeta a educação especial, conforme noticiado no início de outubro por Século Diário. Pais e responsáveis por estudantes com deficiência se queixaram de que os alunos não têm usufruido do direito ao contraturno, que são aulas de reforço fora do turno regular. “Quando questionamos a gestão municipal, a resposta é de que não há profissionais para atender à demanda”, afirmaram na ocasião.
A Pad-Vix, em matéria veiculada no mês de maio por Século Diário, já havia alertado para a possibilidade de faltar profissionais para a educação especial no ensino público municipal de Vitória. A previsão levou em consideração os 400 contratos de professores em Designação Temporária (DTs) que se encerraram até junho, sendo 46 de trabalhadores dessa área. Na época, a entidade defendeu a prorrogação dos contratos, o que não foi feito.

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