A Administração Central da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) divulgou que irá recorrer ao Ministério da Educação (MEC) para evitar a suspensão da oferta de vagas no vestibular de 2014 para os cursos de Comunicação – Jornalismo e Pulicidade e Propaganda.
Os cursos tiveram por duas vezes seguidas – em 2009 e 2012 – nota 2 no Conceito Preliminar de Cursos (CPC) na avaliação do INEP/MEC. Para a Ufes, “o baixo desempenho decorre principalmente da recusa dos estudantes em participar do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), entregando em branco as provas e causando prejuízos à continuidade do cursos, uma vez que essa nota tem peso significativo na composição do conceito”.
A universidade informou que tanto a Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) como as coordenações de cursos foram sistematicamente alertados de que essa atitude, que quase nenhum impacto causa ao estudante concluinte, acarreta perdas para um número expressivo de jovens que esperam ingressar na Universidade, pois provoca a suspensão dos cursos.
“As habilitações do curso de Comunicação Social em Jornalismo e em Publicidade e Propaganda são oferecidas pela Ufes há 38 e 35 anos, respectivamente, e reúnem hoje plena capacidade de receber novos alunos. Vários investimentos em aquisição de equipamentos, melhoria de espaço físico, ampliação e qualificação do quadro docente foram realizados nos últimos anos”, divulgou a administração da universidade.
Em seu portal, a universidade destacou o esforço da equipe de docentes e técnicos do curso de promoverem melhorias no projeto pedagógico e nas atividades didáticas, o que fazem com que os egressos desses cursos da Ufes obtenham boas posições no mercado de trabalho e na continuidade dos seus projetos de estudos nos mais importantes programas de mestrado e doutorado do País. Ainda sim, novas melhorias nos quesitos infraestrutura e corpo docente estão sendo planejadas para serem implementadas no curso.
Cacos Ufes
O Centro Acadêmico de Comunicação Social da Ufes reconheceu que os estudantes boicotaram a avaliação do Enade em 2009 como forma de protesto ao método de avaliação, que segundo os estudantes, serve apenas para criar um ranking das universidades.
“Foi uma forma de marcar posição contra esse método de avaliação”, anunciou o Cacos. Além disso. O ranking, na opinião dos alunos, acaba direcionando os investimentos nos cursos bem cotados, enquanto os que mais precisam de investimento ficam fora destes recursos.
“ A prática da avaliação feita pura e unicamente por estatísticas é totalmente condenável, haja vista que não houve nenhuma visita do MEC para constatar a “hipótese do cursos ser ruim”, nem contato com professores ou alunos. Queremos uma avaliação de qualidade com a participação de alunos, professores, funcionários e sociedade, para que assim o curso possa ver onde é preciso melhorar”, declarou o Cacos.
De acordo com os estudantes, o MEC direciona os recursos apenas para as universidades com as melhores avaliações e elimina ou diminui o recurso para quem teve uma média inferior ao exigido “tendo boicote ou não”.
Os alunos deixaram claro que são contra o fechamento das vagas do vestibular, ainda mais com o processo seletivo em andamento e classificaram a medida como um desrespeito ao vestibulando.
“Ainda que precisemos de muitas mudanças, sobretudo em questões estruturais, nos últimos anos o curso teve algumas melhorias como contratação de professores, compra de novos equipamentos e o reconhecimento da produção dos alunos em congressos e festivais. O que comprova que apenas o Enade não é a melhor forma de se avaliar”, afirmaram os estudantes.