A Vigilância Sanitária fechou mais três unidades de ensino no interior esta semana em decorrência de casos confirmados de Covid-19. A medida atinge a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio São Luís, em Santa Maria de Jetibá, na região serrana; a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professora Aleyde Cosme, em Itarana, no sul; e a Escola Estadual de Ensino Fundamental Paulo Damião Tristão Purinha, em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Linhares, norte do Estado. As aulas prosseguem de forma remota.
A escola de Santa Maria de Jetibá foi fechada por 15 dias, nos dois turnos, na última segunda-feira (1). Funcionários apontam que foram confirmados seis casos em alunos e dois em profissionais da educação. No colégio de Itarana, as aulas foram suspensas nessa quarta-feira (3). De acordo com profissionais que atuam na escola, houve confirmação de três alunos com Covid-19, sendo dois na mesma sala.
O ocorrido não causou apreensão na comunidade escolar, informam os trabalhadores de Itarana, pois já era uma situação previsível. Não se pode dizero mesmo, porém, da escola localizada no assentamento Sezinio Fernandes de Jesus, em Linhares, onde familiares de alunos afirmam que a apreensão começou antes mesmo do fechamento, quando foi anunciado o retorno presencial. O colégio fechou nessa quinta-feira (4) devido a quatro casos de Covid-19 entre profissionais da educação.
A agricultora familiar Geísa Carvalho Gomes relata que a apreensão aumentou com o surgimento de casos. Ela, que tem duas filhas na escola, assinou termo de compromisso para que ambas acompanhem as aulas de forma remota, mas, mesmo assim, está preocupada, pois acredita que o vírus pode se disseminar pela comunidade. “O governo reabriu escolas, mas não tem vacina para os professores. Eles deveriam ser vacinados. É como uma guerra em que mandam soldados para a linha de frente sem escudo nem arma”, compara.
Geísa também destaca que a situação se agrava diante do fato de que a comunidade não conta com serviço de saúde eficiente. Ela conta que é raro o atendimento médico na região, fazendo com que as pessoas tenham que se deslocar cerca de 15 km para se dirigir ao posto de saúde, onde não há testes para Covid-19. Para isso, é preciso ir ao Centro. “Quem não tem carro, pega ônibus de linha. No trajeto, se a pessoa estiver que contaminar mais pessoas, contamina”, diz.
O fechamento se deu após a confirmação de sete casos de Covid-19 entre alunos e professores. Foi a segunda vez que o Graça Aranha fechou durante a pandemia. A primeira foi em novembro último, quando dois trabalhadores do mesmo turno foram confirmados positivo em um período inferior a 14 dias. Entretanto, foram suspensas somente as aulas do turno vespertino, onde os casos foram registrados, mantendo-se as do matutino e noturno.