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Vila Velha: alunos da Agenor Roris são impedidos de entrar na escola

Os alunos da Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Agenor Roris, em Itaparica, Vila Velha, realizaram um protesto nesta quinta-feira (20) contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) n° 241/2016, a reforma do ensino médio e outras medidas que resultam no sucateamento da educação pública, propostas pelo presidente Michel Temer.

A intenção era ocupar a escola, mas ao chegarem pela manhã para a aula, por volta de 6h30 – tanto os alunos que participariam do protesto quanto aqueles que não – se depararam com os portões trancados. Policiais militares estavam de prontidão no local, impedindo o acesso dos estudantes.

Os alunos permaneceram na rua, em frente à escola protestando. No entanto, os portões não foram abertos e os estudantes permaneceram no sol, sem acesso a água e merenda.

De acordo com o diretor de movimentos sociais do grêmio estudantil Honestino Guimarães, da escola Agenor Roris, Otávio Vinícius de Souza, os alunos foram proibidos de entrar na escola. Por volta das 10h30 os alunos do turno matutino que não participariam do protesto foram embora e os que ficaram aguardaram a chegada dos colegas do vespertino. Ele conta que já havia policiais na escola e o portão já estava trancado desde às 5h30.

Somente à tarde os portões foram abertos e os alunos puderam entrar na escola. Otávio afirma que a ordem era proibir a entrada dos alunos na escola, independentemente da intenção deles, seja para assistir às aulas ou para protestar.

Uma ocupação chegou a ser formada, mas os alunos se reuniram e decidiram desocupar. Eles afirmaram que vão manter a resistência às medidas que sucateiam a educação. Segundo Otávio, os estudantes não irão tolerar retrocessos na educação. 

 
Movimento nacional
 
Um balanço da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) informa que quase mil escolas, institutos federais e universidades em todo o Brasil estão ocupadas. A Ubes repudia as declarações do ministro ilegítimo Mendonça Filho, que no lugar do diálogo, prefere ameaçar e perseguir estudantes nas ocupações.
 
Segundo a Ubes, Mendonça Filho já mostrou a forma como pretende conduzir a sua gestão: “culpar sempre a vítima”. Os estudantes alegam que o ministro da Educação “lança mão de nova arbitrariedade para calar a nossa voz e continuar a implementação da sua política neoliberal de privatização e desvalorização do setor público educacional, um verdadeiro pacote de maldades do governo de Michel Temer”.
 
Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (19), Mendonça Filho exige que a desocupação das escolas aconteça até o dia 31 de outubro. Caso os estudantes não recuem, a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) poderá ser suspensa. A Ubes denuncia que o aviso é em tom de ameaça. “O Ministério da Educação (MEC) enviou ofício a dirigentes da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica pedindo a identificação dos estudantes que ocupam os institutos. A Ubes repudia também a ameaça do MEC de cobrar multa dos estudantes e entidades que sejam identificados como responsáveis pelas ocupações. Essa tática a gente conhece, é típica de governos autoritários que perseguem os seus opositores”.

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