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Vila Velha mantém retorno das aulas somente em março e de forma remota

Secretária Fabiana Kauark ainda não determinou data para início do formato híbrido

Adessandro Freire dos Reis/Secom VV

Vila Velha, o segundo município mais populoso do Estado, mantém a decisão de iniciar as aulas da rede municipal apenas em março e de forma remota. O formato híbrido, em que os estudantes se alternam semanalmente, com metade indo às salas de aula e metade estudando em casa, ainda não tem data para iniciar. 

Na próxima segunda-feira (25), informou a secretária municipal de Educação, Fabiana Kauark, “os novos professores efetivos vão participar de uma apresentação remota de boas-vindas à rede”, em que serão apresentadas, em linhas gerais, as ações da educação para este início de ano ainda com a pandemia sem controle no Estado, no Brasil e no mundo.

O mês de fevereiro será dedicado a uma formação com toda a equipe de professores. “A formação acontecerá em fevereiro de forma remota, utilizando ambientes virtuais. Os profissionais terão formação pedagógica, envolvendo aspectos motivacionais, tecnológicos por meio de ferramentas digitais. Quanto à parte sanitária, estamos articulando com o Comitê Interno da Secretaria Municipal de Educação, envolvendo todos os segmentos, a partir do protocolo de retorno às aulas já definido”, explica Fabiana Kauark. 


Em paralelo, será feita uma avaliação diagnóstica dos alunos e a reformas em algumas escolas. “É através da avaliação diagnóstica que o professor pode identificar quais as habilidades foram desenvolvidas pelas crianças”, pontua.

As estruturas físicas das escolas, ressalta, estão sendo vistoriadas, tendo ficado comprovado que “muitas estão em péssimas condições, o que impede o retorno presencial em determinadas regiões”. Por isso, complementa, a Prefeitura tem providenciado melhorias na infraestrutura, com objetivo de alcançar plenas condições para que a rede possa avançar para o formato híbrido assim que possível.

Em nota, a Secretaria afirma que as medidas atendem a uma orientação do prefeito Arnaldinho Borgo (Podemos), de “garantir a segurança e a saúde de toda a comunidade escolar para que profissionais da educação, alunos e as famílias sejam protegidos e vidas salvas”.

A decisão de não retornar com aulas presenciais em fevereiro já havia sido anunciado há uma semana pelos secretários de Educação dos quatro municípios mais populosos da Grande Vitória, que incluem também Vitória, Serra e Cariacica.

O formato adotado por Vila Velha, de fazer diagnóstico dos alunos, reformas das escolas e formação dos professores em fevereiro e iniciar as aulas em março de forma remota também foi anunciado por Serra é semelhante ao assumido pelo município da Serra, quando o secretário, Alessandro Bermudes, o professor Bermudes, ressaltou que o momento é de prudência.

Pesquisa

A ratificação da decisão se deu após análise estrutural juntamente com o Comitê Interno Municipal e após uma reunião ocorrida nesta quinta-feira (21) com o presidente da Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes), Gilson Daniel, o secretário de Educação do Estado, Vitor de Angelo, a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime-ES) e o Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES).

Na reunião, foram apresentados dados de um questionário elaborado pela Amunes e a Undime e respondido por 76 dos 78 municípios, sobre como as redes municipais estão organizando o início do ano letivo de 2021. O levantamento concluiu que 20 municípios adotarão o ensino remoto; 34 optaram pelo formato híbrido; e 19 ainda não definiram.

O presidente da Amunes, Gilson Daniel (Podemos), tem se manifestado a favor do retorno presencial já em fevereiro em suas redes sociais, alegando que as crianças estão mais seguras dentro das escolas do que no ensino remoto.
Igualmente o governador Renato Casagrande (PSB), no dia 30 de dezembro anunciou que seu governo faria reuniões com os prefeitos capixabas para alinhar uma agenda comum sobre o retorno das aulas.

Dias antes, a Secretaria de Estado da Educação (Sedu) chegou a afirmar que o retorno presencial seria obrigatório, suspendendo então a autonomia das família de decidirem se enviam ou não seus filhos para as salas de aula, numa clara estratégia de não sofrer novo fracasso, como o que aconteceu no último trimestre de 2020, quando menos de 10% dos alunos da rede estadual, em média, voltaram às carteiras escolares, apesar da autorização dada pelo governo do Estado.

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