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Candidatos a prefeito de Vitória sobem o tom em debate

Os candidatos a prefeito de Vitória se enfrentaram em um debate na manhã desta segunda-feira (24), na Rádio CBN-Vitória, com uma intensa troca de acusações entre o prefeito Luciano Rezende (PPS) e o deputado estadual Amaro Neto (SD). Os candidatos trocaram o debate sobre os projetos para suas eventuais gestões por críticas acirradas, com doses de ironia e provocações mútuas.

Luciano começou o debate questionando as propostas dentro do Plano Diretor Urbano (PDU) da cidade, tentando destacar a falta de conhecimento da cidade do adversário. Amaro Neto rebateu, destacando que o prefeito afirma ter cumprido 99% das promessas de campanha de 2012, mas que na verdade não as cumpriu e listou varas obras que estariam inacabadas.

No segmento de perguntas de jornalistas, Amaro Neto foi questionado sobre a sua falta de experiência administrativa e a postura tímida na Assembleia Legislativa como deputado estadual. Ele disse que sua postura como apresentador é diferente da de deputado estadual, e que houve tentativas de desconstrução de sua imagem por parte do grupo de Luciano Rezende, com acusações de que ele seria “palhaço”, um novo “Tirirca”.

Já o prefeito foi questionado sobre sua postura, que para os meios políticos seria considerada maniqueísta, dizendo que a candidatura do deputado seria “um risco para a cidade”. O prefeito afirmou que nunca disse que se tratava do adversário, mas que a “carapuça serviu”. Ele destacou ainda que a utilização de dados de pesquisas externas não mostra arrogância, que mostra “humildemente”, os dados.

Os dois candidatos utilizaram recursos da ironia e da provocação para tentar desequilibrar o adversário. “O senhor diz o tempo todo que é honesto. Está preocupado com alguma coisa, prefeito?”, provocou Amaro. “Fala de mim, pensa em mim, 24 horas por dia”, disse o prefeito, citando a cantora Ludmila, para dizer que o candidato estaria disseminando notícias falsas sobre ele. “Não me acompanha, que eu não sou novela, prefeito”, disse amaro, alegando que seu adversário vem monitorando suas visitas aos bairros.

Mesmo com um tom de muita provocação, os candidatos não chegaram a ter embates violentos. Mas, se o debate foi recheado de provocações e debates acalorados, faltou dos dois lados um foco nas propostas para o mandato. O debate reforçou o embate que aconteceu durante todo o segundo turno em Vitória, de briga acirrada e pouca proposta. Luciano saiu na frente na nova disputa, terminando o primeiro turno como mais bem votado. Amaro, porém, corrigiu a campanha e o clima tornou a disputa indefinida para a votação deste domingo (30).

Veja alguns trechos do debate da Rádio CBN-Vitória

Luciano: “Começaram a campanha dizendo que eu tava isolado, agora dizem que tá o mundo ao meu lado por interesse. Qual o critério?”

Amaro: “Luciano acha que Vitória é uma Ilha de Fantasia. O povo na rua não vê essa Vitória em 1º lugar”
 
Luciano: “É só observar meu primeiro governo. Nosso secretariado é todo de efetivos, com capacidade técnica. Servidores de carreira”
 
Amaro: “Os secretários não conseguem fazer nada porque Luciano centraliza e quer dar o aval para tudo” 
 
Amaro: “Você criou a Fábrica de Ideias, gasto de R$ 31 milhões, e deixou 3 anos fechada e abre nas eleições. Faltou ideia?”
 
Luciano: “Aquele era um elefante branco. A Fábrica teve um calendário imenso, você não estava em Vitória, não sabe o que acontece” 
 
Amaro: “Faço um desafio a Luciano, vamos agora à Fábrica de Ideias para ver se tem alguma coisa acontecendo lá”
 
Amaro: “Luciano me pediu no PPS para ser candidato em Vila Velha, porque tem medo que eu me candidatasse na minha cidade”
 
Luciano: “Amaro você só passou pelo PPS, nem tive tempo de conversar com o senhor. Foram 3 partidos em 1 ano” 
 
Amaro: “Cortarei cargos comissionados de verdade, não como o senhor fez. Quem foi demitido, voltou agora na sua campanha” 
 
Luciano: “Quero saber que ajuste será esse, que o senhor vai demitir e onde irá cortar?”
 
Luciano: “Amaro, colocamos 100 pontos de internet na cidade. Qual sua proposta para a internet para os moradores?” 
 
Amaro: “Luciano, os pontos existem, mas ninguém consegue acessar. Vou voltar com os telecentros que você terminou”
 
Luciano: “É assombroso quem fala de tecnologia e quer telecentro, isso é internet a lenha. A população quer WiFi”
 
Amaro: “Esse WiFi não chegou nas favelas, é por isso que ganhei lá e não você. As pessoas não veem essa cidade que você fala”
 
Amaro: “O Luciano tá cansado, sentando toda hora, teve que andar pela cidade, coisa que não fazia. Te botei para trabalhar”

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