No pleito de domingo (2), mais de 207 mil eleitores da Capital compareceram às urnas, mas só 180 mil votos foram considerados como válidos – sendo 171.921 votos nominais e 9.006 votos de legenda. Para o cálculo do quociente eleitoral (QE), pega-se o total de votos válidos e divide pelo número de vagas (180.927/15=12.061). Para a divisão das vagas é feito um novo cálculo com a divisão dos votos obtidos por partidos e coligações pelo QE, chegando ao quociente partidário (QP), distribuindo as respectivas cadeiras aos mais bem votados.
Nas eleições deste ano, três partidos e duas coligações acabaram não conseguindo atingir esse quociente eleitoral. PT, PMDB e PSOL não chegaram ao QE, coincidentemente, as três siglas tinham candidaturas a prefeito, mas os votos de legenda não ajudaram seus candidatos a vereador. Os candidatos do PT somaram 7.885 votos nominais (somente o vereador Marcelão teve 2.006, mais votado entre os petistas) e 697 votos de legenda. Já o PMDB teve dois candidatos bem votados (Zezito Maio, 3.590; e Maurício Leite, 2.864), mas ainda não alcançou o QE – ficando com 9.988 votos, sendo 869 de legenda.
A candidata a vereadora do PSOL, Camila Valadão, talvez seja o caso mais emblemático das eleições deste ano. Ela obteve 3.727 votos, quinta mais bem votada, mas ficou de fora porque ela era a única candidata da coligação, que reuniu mais 286 votos na legenda. Em entrevista após o pleito, ela afirmou que “foi eleita pela população, mas não pelo sistema”. Um sentimento que também é partilhado por outros candidatos, que faziam parte das coligações que não atingiram por pouco a barreira do QE.
É o caso da coligação formada pelos partidos PSDC, PRB, PPL, PEN e PC do B, que somou 11.308 votos – 753 abaixo do número necessário para conseguir uma vaga. O vereador Devanir Ferreira (PRB) teve 2.948 votos, quase o dobro da votação do eleito Clebinho. O atual presidente da Câmara, Namy Chequer (PC do B), também ficou pelo caminho, com 1.774 votos. Outras coligações mal-sucedidas foram: DEM, PR, PT do B e PTN, que somou 10.727 votos; bem como a composta pelo PRP, PSL e PMN, que obteve uma soma de 6.437 votos.
Além dos candidatos não-eleitos por conta do QE, a divisão de vagas nas proporcionais também deixou de fora candidatos bem votados, que acabaram na suplência de suas coligações. Três atuais vereadores se encontram nessa situação: Luiz Emanuel Zouain (PPS), 3.138 votos; Rogerinho Pinheiro (PHS), 2.961; Luisinho (SD), 2.693. Todos são primeiros suplentes, a exemplo do ex-vereador Aloísio Varejão (PSDB), 1.878; do ex-jogador de futebol de praia, Duda Brasil (PDT), 1.711; e de Anderson Goggi (PTB), que obteve 1.529 votos – cinco a mais do que Clebinho.