Há duas certezas na disputa eleitoral da Grande Vitória. A primeira é que as eleições serão decididas em dois turnos; a segunda é de que o PT não tem chances de chegar bem em nenhuma delas. Na segunda fase da campanha o partido deve se juntar aos palanques que permanecerem no pleito, mas há dúvidas de como será essa movimentação.
Perly Cipriano, candidato do partido em Vitória, defende a neutralidade no segundo turno da disputa na Capital, que se desenha entre Amaro Neto (SD) e Luciano Rezende (PPS). Sua participação na disputa, porém, não é soberana no palanque. Ele defende o legado do partido, mas o partido também faz movimentações políticas.
O perfil petista se aproxima mais de Luciano do que de Amaro, mas como o partido na cidade está nas mãos do secretário de Habitação e Desenvolvimento, João Coser, sua ligação com o governador Paulo Hartung (PMDB) pode deixar o partido mais próximo de Amaro, o que não vai agradar em nada a militância petista.
Na Serra, embora Givaldo Vieira não tenha um grande capital de votos, não deixa de ser um importante eleitor no segundo turno, sobretudo numa peleja que deve ser disputada voto a voto entre Sérgio Vidigal (PDT) e o prefeito Audifax Barcelos (Rede). Como o deputado federal do PDT votou a favor do impeachment da presidente Dilma e os vereadores do PT estão próximos de Audifax, a união é quase certa para a segunda etapa com o candidato da Rede.
Em Cariacica, o PT, com a força do deputado federal e ex-prefeito Hélder Salomão apoia a candidatura de Marcos Bruno (Rede), que vem apresentando um importante crescimento na disputa no município, mas isso não deve reverter o quadro inevitável. O segundo turno deve ser novamente disputado entre o prefeito Juninho (PPS) e o deputado estadual Marcelo Santos (PMDB).
A possibilidade de união com Marcelo é maior do que com o prefeito. Por lá, a expectativa é se Hélder Salomão estará em um dos palanques. Mais do que o apoio do PT, a imagem do deputado federal é que pode definir a eleição.
Em Vila Velha, o PT não tem muita expressividade. O partido apoia o palanque o ex-prefeito Vasco Alves (PPL). Na disputa dada como certa entre Neucimar Fraga (PSD) e Max Filho (PSDB), num eventual segundo turno, os petistas devem se aproximar do candidato do PSD, em razão da posição crítica do tucano ao impeachment de Dilma.