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ABI repudia agressão a jornalistas e cobra medidas das autoridades

Grupos bolsonaristas tentam impedir o trabalho da imprensa no espaço que ocupavam ilegalmente há 40 dias

Josué de Oliveira

A Associação Brasileira e Imprensa (ABI) divulgou nota nesta quarta-feira (4) se solidarizando com os jornalistas da TV Tribuna e da TV Capixaba, agredidos verbalmente, na terça-feira (3), quando cobriam a operação de limpeza do espaço ocupado por grupos de bolsonaristas golpistas em frente ao 38º Batalhão de Infantaria (38 BI), na Prainha de Vila Velha.

O cinegrafista  Josué de Oliveira, da TV Capixaba, contou que  os manifestantes “partiram pra cima no momento em que eu fazia imagens do trabalho de limpeza e dos poucos bolsonaristas que ainda permaneciam no local, sem que os agentes da guarda municipal fizessem nada para contê-los”. Acrescentou que o grupo gritava “Lulaladrão”  e muitos pediam intervenção das Forças Armadas. 

A nota da centenária entidade dos jornalistas repudia as ameaças ao livre exercício da profissão, contrárias à liberdade de imprensa e aos direitos humanos e afirma: “A Comissão de Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), por meio da vice-presidente da entidade, Regina Pimenta, se solidariza com os jornalistas agredidos ontem, dia 3, por grupos bolsonaristas acampados ilegalmente na Prainha de Vila Velha, no Espírito Santo”.

O posicionamento da ABI referenda manifestação do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Espírito Santo e da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que, também em nota, “repudiam a atitude omissa da Guarda Municipal de Vila Velha, que não agiu para evitar agressões de bolsonaristas contra jornalistas da TV Tribuna e do portal ES 360 que faziam a cobertura da retirada do acampamento na Prainha de Vila Velha…”.

“Classificamos tal ação como cumplicidade com golpistas e crime contra a democracia uma vez que os agentes públicos não agiram no sentido de garantir a ordem e o respeito infringindo, desta forma, preceitos constitucionais e a legislação vigente que garantem o exercício do trabalho jornalístico”, prossegue a nota.

Em outro trecho, o sindicato e a Fenaj cobram do “governo municipal de Vila Velha o cumprimento das verdadeiras atribuições da Guarda Municipal e refutamos, mais uma vez, agressões do bolsonarismo e de seus defensores contra o jornalismo e contra a sociedade brasileira” e concluem:

“É hora de dar um basta à violência dos golpistas contra a democracia e contra a imprensa de forma geral e, em nome da IRRESTRITA defesa da liberdade de imprensa e da ética jornalística e pelo Estado Democrático de Direito, cobramos das autoridades públicas capixabas o devido rigor da lei na identificação e punição aos envolvidos neste episódio”.

A maioria dos manifestantes, acampados há cerca de 40 dias em frente ao quartel do exército, deixou o espaço nesta terça-feira (3), depois da retirada de entulho e muita sujeira do local, onde ocorreu a prisão do autointitulado pastor Fabiano de Oliveira, por determinação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, em dezembro de 2022.Ele é um dos envolvidos nas investigações para apurar prática de atos antidemocráticos, para desacreditar o processo eleitoral e pedir a intervenção das Forças Armadas.

A prisão foi resultante de operação da Polícia Federal realizada em Vitória, Vila Velha, Serra e Guarapari, na região metropolitana, e em Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado. Está preso, além de Fabiano, o vereador de Vitória Armando Fontoura (Podemos), e considerado foragido o empresário Max Pitangui (PTB). Os deputados estaduais Carlos Von (DC) e Capitão Assumção (PL) estão usando tornozeleira eletrônica.

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