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Defensores públicos lançam no Estado campanha de combate ao racismo

Campanha conta com cartilha sobre direitos e políticas públicas para indígenas, negros, quilombolas e povos tradicionais

A Associação dos Defensores Públicos do Espírito Santo (Adepes), em parceria com a entidade nacional (Anadep), inicia nesta quarta-feira (19) a campanha “Racismo se combate em todo lugar: Defensoras e Defensores Públicos pela equidade racial”. Como parte das atividades, a disponibilização de uma cartilha virtual sobre o tema, com foco no acesso a direitos e políticas públicas para indígenas, negros, quilombolas e povos tradicionais.

A cartilha busca esclarecer os mais diversos tipos de racismo, como o institucional, que parte, por exemplo, de órgãos públicos ou empresas privadas; recreativo, por meio de práticas humorísticas; e estrutural, ou seja, um sistema de opressão normalizado, que “nega direitos e decorre dos processos histórico e político”. O material também traz esclarecimentos sobre a Lei 7.716/89, que classifica o racismo como crime inafiançável.

Além disso, o material divulga instruções sobre como a pessoa deve agir caso seja vítima de racismo. “Ao sofrer racismo ou injúria racial, é importante reunir provas, que podem ser fotos, vídeos, dados do agressor, testemunhas, detalhes do local onde aconteceu a discriminação, anúncios e reportagens que possam comprovar o ato ilícito. Em seguida, a vítima deve procurar uma Delegacia de Polícia e registrar boletim de ocorrência”, aponta. Também é destacado que essas medidas valem, ainda, para o racismo pelos meios virtuais. “O próximo passo é comparecer à Defensoria Pública com toda a documentação para que sejam tomadas as medidas jurídicas cabíveis”, orienta.

Segundo dados da Anadep, com base no último Atlas da Violência, publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada em 2019, as pessoas negras são as maiores vítimas de mortes violentas no Brasil. De mais de 65 mil registros, ao menos 75% foram de indivíduos negros, e mais da metade, de jovens entre 15 e 29 anos. Já no caso dos indígenas, o número de assassinatos cresceu 20%.

A campanha tem lançamento nesta quarta-feira (19) por ser o Dia da Defensoria Pública e do Defensor. Por meio da educação em direitos, busca despertar a conscientização sobre a necessidade de formular e efetivar políticas públicas voltadas ao enfrentamento do racismo estrutural e institucional.

Presidente da Associação dos Defensores Públicos do Espírito Santo (Adepes), Vivian Almeida acredita que a campanha é um importante instrumento para dar visibilidade a temas sensíveis e que demandam o envolvimento de todos para sua transformação.
“Infelizmente, o racismo ainda é uma prática tão enraizada em nossa cultura que, por vezes, se torna naturalizado e imperceptível. É preciso desconstruir essa ideia de que o racismo não existe, justamente para que possamos combatê-lo. Está aí a importância do tema, através do qual pretendemos colaborar para o despertar da consciência quanto à necessidade de práticas destinadas ao enfrentamento do racismo estrutural”, defende.
No Espírito Santo, a campanha será lançada com um projetaço no prédio da Assembleia Legislativa, às 18h, de imagens e frases relacionados ao tema. A iniciativa ocorre simultaneamente no Distrito Federal e em estados como Bahia, Rio Grande do Norte, São Paulo, Sergipe e Pará.

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