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Aprovação de projeto do governo Hartung será investigada pelo MPES

O Ministério Público Estadual (MPES) abriu um inquérito civil para apurar suspeitas de improbidade na criação de uma Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) em Santa Maria de Jetibá, na região serrana do Estado. A promotoria questiona o processo de aprovação de Lei Complementar nº 804/2015, que passou sem problemas pela Assembleia Legislativa mesmo sem cumprir todos os requisitos legais. Na época da aprovação, em julho do ano passado, o Sindicato dos Servidores Públicos do Estado (Sindipúblicos) criticou a iniciativa.

Na portaria publicada no Diário Oficial do Estado, o promotor de Justiça, Dilton Depes Tallon Neto, responsável pelas investigações, apontou indícios de irregularidades no projeto encaminhado pelo governador Paulo Hartung (PMDB) à Assembleia. Segundo ele, a proposta extinguiu um cargo comissionado e criou outros sete, sem estimar o impacto financeiro e tampouco indicando a fonte de receita que irá custear essa despesa. Chama atenção que este tipo de “problema” é detectado em várias proposições oriundas do Executivo, mas que acabam sendo ignorados pelos deputados.

No caso do projeto de lei complementar (PLC 10/2015), a matéria foi protocolada no dia 1º de julho daquele ano e lida no expediente da sessão do dia 6. O PLC foi votado em regime de urgência no dia 8 com os pareceres favoráveis das comissões de Justiça, de Cidadania, de Mobilidade Urbana e de Finanças. Essa “falha” acabou passando despercebida tanto pelos parlamentares quanto pela Procuradoria do Legislativo. A lei foi sancionada pelo governador no dia 10 e publicada no Diário Oficial do dia 13 daquele mês.

Na época da votação, o Sindipúblicos acusou o governo de promover um “balcão de negócios” com a instalação da Ciretran em Santa Maria de Jetibá. Nos cálculos da entidade, as despesas serão de mais de R$ 10 mil, fora as despesas operacionais, tudo isso em um momento em que o governo alega crise financeira para negar direitos aos trabalhadores.

Para o sindicato, ao instalar a Ciretran no município, somente com cargos comissionados e em um momento de contenção de gastos, é revelada a preferência por uma política de balcão de negócios em que tem negociado benefícios, seja pela liberação de verbas ou levando órgãos públicos para municípios para das emprego a amigos de políticos, sem a realização de concurso público, como prevê a legislação.

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