Em relação à Assembleia, a despesa total com pessoal foi de R$ 149,8 milhões ao longo do último ano, equivalente a 1,26% da Receita Corrente Líquida (RCL) do Estado. Foram gastos R$ 142,2 milhões com pessoal ativo e mais R$ 7,9 milhões com inativos. Outros R$ 388 mil com despesas com exercícios anteriores não foram contabilizados para efeitos da LRF. Pela norma, o índice do limite de alerta é de 1,53% (R$ 181,8 milhões), enquanto o limite máximo é de 1,70% (R$ 202 milhões).
Já o Tribunal de Contas segue em situação ainda mais tranquila, com margem para quase R$ 40 milhões em gastos com pessoal. Em 2016, as despesas desta natureza foram de R$ 100,4 milhões (0,845% da RCL), descontados R$ 1,5 milhão em compromissos de exercícios anteriores. Pela LRF, o limite de alerta é de 1,17% (R$ 139 milhões), enquanto o limite legal equivale a 1,30% (R$ 154,5 milhões).
A situação dos órgãos ligados ao Legislativo é totalmente diferente daquela do Judiciário. O TJES gastou R$ 721,5 milhões com pessoal (já descontados R$ 21,7 milhões) no ano passado, representando 6,07% da RCL, sendo que o máximo admitido pela lei é de 6% (R$ 713 milhões). Em função disso, a Corte tem até este primeiro quadrimestre de 2017 para retornar aos limites previstos na LRF. A administração do TJES já admite a adoção de medidas complementares, caso a arrecadação do Estado (que afeta o cálculo da RCL) e o plano de aposentadorias voluntárias – que passará a incluir os magistrados – não se comportem como o esperado.
O Ministério Público Estadual (MPES) ainda não publicou seu relatório de gestão fiscal, referente a último quadrimestre de 2016. No segundo quadrimestre do ano passado, a instituição rompeu, pela primeira vez, a margem de alerta em relação aos gastos com pessoal. Naquele relatório foi informado que foram gastos R$ 214,2 milhões, equivalente a 1,82% da RCL – a lei impõe que o limite máximo é de 2%, mas já considera o índice de 1,8% como uma margem de alerta. Esse resultado evidenciou a escalada de gastos com pessoal – neste caso, leia-se o pagamento de salários e demais benefícios a membros e servidores – nos últimos anos.