sábado, novembro 16, 2024
27.1 C
Vitória
sábado, novembro 16, 2024
sábado, novembro 16, 2024

Leia Também:

Associação quer intervenção do STF para garantir autonomia da Defensoria Pública no ES

A Associação Nacional de Defensores Públicos (Anadep) está movendo uma nova ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o Estado do Espírito Santo para fazer valer o dispositivo constitucional que garante autonomia financeira às Defensorias Públicas de todo o país. A entidade questiona a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2018, que impõe limites à proposta orçamentária da Defensoria capixaba. Para a autora da denúncia, a inconstitucionalidade é prática “constante e corriqueira” e pede a intervenção do STF no caso.

Na ação direta de inconstitucionalidade (ADI 5754), a Anadep pede liminar para suspender a eficácia dos artigos 19, parágrafo 1º, e 43 da Lei Estadual 10.700/2017. Segundo a entidade, embora a Defensoria Pública tenha se colocado à disposição do Poder Executivo para participar da elaboração da LDO, não foi chamada a se manifestar, assim como o Poder Judiciário e o Ministério Público. O pedido será analisado pelo relator, ministro Gilmar Mendes.

“A tutela das autonomias orçamentária, financeira, administrativa e funcional da Defensoria Pública trata-se de elemento essencial para a efetividade e a concretização do acesso à justiça da população carente, vinculando-se como o direito fundamental insculpido no artigo 5º, LXXIV, da Constituição Federal”, argumenta.

Na ADI, a entidade apresenta gráficos para demonstrar que o orçamento atual (2017) da Defensoria Pública do Espírito Santo é percentualmente menor (0,39%) do que seu orçamento em 1999 (0,44% do orçamento do Estado). Segundo a Anadep, a despeito de a Emenda Constitucional 80/2014 ter estabelecido a necessidade de haver um defensor público em todas as unidades jurisdicionais do país, no Espírito Santo é comum um defensor público atuar em diversas comarcas. “Obviamente que essa situação dificulta intensamente a assistência jurídica integral aos necessitados”, assinala.

Essa não é a primeira ação da entidade contra restrições do governo Paulo Hartung (PMDB) no orçamento da Defensoria Pública. Em 2015, a Anadep questionou a legalidade da instituição de um índice único de 5,64% para reajuste do orçamento de outros Poderes, aprovado pela Assembleia Legislativo dentro das medidas de ajuste fiscal do governo. Apesar da “isonomia” da proposta aos demais Poderes, a entidade considerava que o Judiciário e MP poderiam se manter com a estrutura existente, mas que a Defensoria continuaria “achatada e encolhida”.

Mais Lidas