A guerra de liminares que se trava no cenário pós-eleitoral do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), em que a posse da nova presidente, Lúcia Vilarinho, é contestada por adversários inconformados com o resultado das urnas, indícios de fraudes na votação e outros crimes eleitorais já denunciados ao Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), tende a agravar-se com a decisão do engenheiro mecânico e de segurança do trabalho, Fred Rosalém, de ampliar a judicialização do processo eleitoral. Na condição de primeiro vice-presidente do Crea, com mandato que termina no final de 2018, ele apresentará nesta quinta-feira (11, na Justiça Federal de Vitória, pedido de liminar para garantir sua posse como presidente.
De acordo com Fred, que disputou as eleições ficando em sexto lugar, o regimento interno da entidade é muito claro: na vacância do cargo de presidente, ele é o detentor do mandato. Essa vacância, diz ele, se configurou a partir do momento em que a Justiça Federal de Brasília, por decisão do juiz Vallisney de Souza Oliveira, no último dia seis, considerou a homologação da vitória de Lúcia “irregular e eivada de nulidade”.
Caso seja acolhido o pedido de liminar, uma das primeiras providências de Fred será reunir a plenária do Crea para debater a convocação de novas eleições. Será também durante sua gestão que ocorrerão as investigações a serem feitas pela Comissão Federal do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), sobre denúncias de fraudes e manipulação de listas de eleitores, atribuídas ao antigo presidente do Conselho, Helder Carnielli, para favorecer seu candidato, Geraldo Ferreguetti.
O engenheiro agrônomo Jorge Luiz e Silva, comentando a decisão de Fred, disse que “a única solução que assegura lisura e moralidade ao processo eleitoral é anulação das eleições”. Ele, junto com os engenheiro Sebastião Silveira, Marcos Motta e o próprio Fred, logo após o encerramento da votação em 15 de dezembro, solicitaram novas eleições ao Confea, “por causa de diversas formas de manipulação no processo”, conforme manifesto assinado por eles e dirigido aos conselheiros federais.