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Com o tema ’50 anos do caso Araceli’, audiência debate abuso sexual de crianças

Camila Valadão aponta necessidade de garantir e proteger direitos de forma integral, com definição de ações estratégicas

“50 anos do caso Araceli: construindo estratégias de proteção à criança e ao adolescente”, é o tema da audiência pública que a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, presidida pela deputada estadual Camila Valadão (Psol), realizará nesta sexta-feira (19), para definir estratégias de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. O ato relembra o desaparecimento e morte da menina Araceli Cabrera Crespo, em 1973, um dos crimes mais brutais e de grande repercussão na imprensa nacional.

A audiência faz parte das inúmeras atividades que acontecem de forma articulada em todo o país em alusão ao caso Araceli e conta com a parceria do Fórum Direito da Criança e do Adolescente do Espírito Santo (Fórum DCA), organização composta pela sociedade civil que luta pela garantia integral de direitos de crianças, adolescentes e jovens.

Na quinta-feira (17), haverá o lançamento do livro O Caso Araceli: Mistérios, Abusos e Impunidade, dos jornalistas Felipe Quintino e Katilaine Chagas, às 19 horas, na livraria Leitura do Shopping Vitória. A obra reúne relatos de parentes da vítima, policiais e jornalistas que cobriram as investigações, além de informações compiladas pelos autores após terem acesso ao processo judicial de 33 volumes e mais de 12 mil páginas e se debruçarem durante dois anos em arquivos de matérias, reportagens, documentos e imagens.

“Garantir e proteger de forma integral os direitos de crianças e adolescentes precisa ser compreendido como uma tarefa de todos nós. Com o objetivo de coletivizar esse debate, é que realizaremos a audiência para construirmos juntos propostas de políticas públicas e ações efetivas que garantam um futuro seguro e digno para as nossas crianças e adolescentes”, diz Camila Valadão.

Araceli tinha 8 anos e desapareceu depois de sair da escola. Seu corpo foi encontrado dias depois atrás do Hospital Infantil, em Vitória, desfigurado, por ácido, tendo a perícia constatado violência e abuso sexual.

A polícia e o Ministério Público apontaram o envolvimento de três empresários de famílias influentes do Espírito Santo: Paulo Helal, Dante Brito Michelini, o Dantinho, e o seu pai, Dante de Barros Michelini. Eles chegaram a ser condenados em 1980, mas recorreram e, 13 anos depois, foram absolvidos em uma nova decisão, com alegação de “falta de provas”.

O dia do desaparecimento de Araceli, 18 de maio, foi instituído como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, a partir de 2000.

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