sexta-feira, novembro 22, 2024
22.1 C
Vitória
sexta-feira, novembro 22, 2024
sexta-feira, novembro 22, 2024

Leia Também:

Contarato entra com ação contra pastor André Valadão por homofobia

Senador rebate declarações feitas nos Estados Unidos e transmitidas aos brasileiros pelas redes sociais

Uma representação criminal contra o pastor André Valadão, líder da Igreja Batista da Lagoinha, será encaminhada pelo senador Fabiano Contarato (PT) ao Ministério Público Federal (MPF), por conta do discurso de ódio em que Valadão incita fiéis a matarem pessoas LGBTQIA+. As declarações foram feitas durante reunião da igreja nesse domingo (2), em Orlando, Estados Unidos, e transmitidas para brasileiros pelas redes sociais. Contarato quer que Valadão responda por homofobia.

Durante o culto, Valadão voltou a incentivar a violência: “Agora é hora de tomar as cordas de volta e dizer: ‘não, pode parar, reseta’. Aí Deus fala, ‘não posso mais, já meti esse arco-íris, se eu pudesse, eu matava tudo e começava tudo de novo. Mas já prometi para mim mesmo que não posso, então, agora está com vocês’. Você não pegou o que eu disse: agora está com você. Eu vou falar de novo: está com você”. 

A ação repete o comportamento registrado durante todo o mês de junho pelo pastor, com publicações de uma série de fotos e vídeos contra o mês do orgulho, com conteúdo transfóbico e homofóbico, o que também gerou ação da deputada federal Erika Hilton (PSol-SP).

Para o senador Fabiano Contarato, as declarações desse domingo são explícitas para configurarem o crime de homofobia. “Apesar de ele estar nos Estados Unidos, os telespectadores estão no Brasil, e o Judiciário brasileiro já tem jurisprudência para tratar casos assim. Além disso, a homofobia pode ser enquadrada como crime de racismo, previsto na Lei 7.716/89, com penas que podem chegar a cinco anos de prisão”, detalha o parlamentar.

Ele afirma que os poderes brasileiros não podem permitir que discursos de ódio sejam disseminados livremente, seja presencialmente ou pelas redes sociais. “Em um país em que uma pessoa LGBT é morta a cada 32 horas, é inadmissível que tenhamos pessoas que se dizem líderes religiosas incitando a violência e o assassinato em massa. A liberdade, seja de expressão ou religiosa, acaba quando o discurso vai contra a vida de qualquer pessoa. Esse homem não representa Deus e muito menos os ensinamentos cristãos. Deus é amor, é união, é respeito, jamais discurso de ódio e de intolerância”, comenta Contarato.

Os dados citados pelo senador são referentes a 2022 e foram publicados no Dossiê de Mortes e Violência contra LGBTI+, que revelou ainda que 273 vítimas perderam a vida de forma violenta. O número segue em alta nos últimos anos. 

Em 2021, foram 316 mortes. Já em 2020, 237. “Legislativo, Executivo e Judiciário devem ser vigilantes e trabalhar para evitar que esse tipo de discurso seja tolerado e se perpetue. É isso que faz com que a comunidade LGBT seja assassinada de forma recorrente. Quem compactua com isso também fica com as mãos sujas do sangue”, enfatiza Fabiano Contarato.

Mais Lidas