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Corrupção será combatida com recursos arrecadados para punir crimes

O governador Paulo Hartung (PMDB) encaminhou à Assembleia Legislativa um projeto de lei (PL 019/2016), que cria o Fundo Estadual de Combate à Corrupção, que deve financiar ações para prevenir, fiscalizar e reprimir atos criminosos. O fundo deve receber os valores arrecadados com multas administrativas, sanções aplicadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), além das multas civis em condenações por improbidade administrativa.

Os recursos devem ser administrados pela Secretaria de Controle e Transparência (Secont), que deverá publicar relatórios semestrais com a aplicação das verbas.

De acordo com o projeto, qualquer cidadão ou associação privada poderá apresentar à Secretaria projetos relativos às finalidades previstas para o fundo. Serão financiadas ações e programas dos órgãos de controle interno do Estado, bem como campanhas educacionais e de conscientização acerca dos efeitos deletérios da corrupção.

O fundo também poderá receber doações de pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que deverão ser aplicados em instituições financeiras oficiais do Estado – neste caso, o Banestes. O PL também autoriza a aplicação financeira dos recursos com o objetivo de preservar os recursos “contra eventual perda do poder aquisitivo da moeda”.

Na justificativa da matéria, Hartung alega que a “corrupção prejudica o desenvolvimento social e econômico, promove perdas de produtividade, reduz o nível de investimentos externos, cria concorrência desleal, afeta a qualidade dos serviços públicos, agrava a desigualdade social e cria instabilidade política e jurídica, gerando a perda de confiança nas instituições públicas”.

Chama atenção que o governador foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPES) por “torrar mais de R$ 25 milhões” nas obras do posto fiscal São José do Carmo, em Mimoso do Sul, no caso que ficou conhecido como “posto fantasma”. Apesar de ter sido absolvido em primeira instância, o MPES recorre da sentença no Tribunal de Justiça.

Nos bastidores, a medida é uma forma de ampliar a participação do secretário de Transparência, Marcelo Zenkner, que é promotor de Justiça licenciado, nas ações de visibilidade da atual gestão. Será ele o responsável pela gestão e administração dos recursos do Fundo. Desde o início da gestão, o governador vem tentando ampliar a visibilidade de Zenkner, alçado a condição de “fiscal do governo”.

O PL 019/2016 foi lido no expediente da sessão dessa quarta-feira (3) e deve tramitar nas comissões de Justiça, de Cidadania, de Educação e de Finanças, antes de ser votado em plenário.

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