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Crea-ES terá pela primeira vez uma mulher na presidência

Pela primeira vez nos seus 57 anos de existência, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea/ES) terá uma mulher na presidência: numa campanha eleitoral marcada por tensões e denúncias de abuso de poder, que chegaram a criar um imbróglio jurídico, a engenheira civil Lúcia Vilarinho elegeu-se neste sábado (16) para o cargo. 
 
Até o início da manhã deste sábado, o resultado permanecia indefinido, principalmente por causa impugnação de quatro urnas por suspeita de fraudes, requerida pelo candidato Jorge Luiz e Silva, e deferida pelo Conselho Eleitoral Regional. Contudo, os votos dessas urnas não foram suficientes para prejudicar o desempenho de Lúcia. O resultado oficial ainda será anunciado pela Comissão junto com os mapas de votação, que ainda não foram concluídos. 
 
A vitória dessa engenheira com 40 anos de atividade profissional e que atuou no setor privado e na gestão de projetos públicos de diferentes governos, teve o suporte de dois fortes cabos eleitorais petistas: os ex-presidentes do Crea-ES Sílvio Ramos e Paulo Buback. 
 
No entanto, o que marcou sua atuação no tumultuado processo eleitoral foi sua disposição para enfrentar o atual presidente da entidade, Helder Carnielli, ao qual denunciou à Comissão Eleitoral Federal por antecipar a campanha e favorecer seu candidato, Geraldo Ferregueti. 
 
Com sua candidatura impugnada pela Comissão e desgastado com o eleitorado, Ferregueti, tido como um dos favoritos, recorreu à Justiça Federal, conquistou uma liminar parcial para continuar na disputa, e sua candidatura permaneceu sub judice durante toda a campanha, ou seja, ainda dependente da apreciação do mérito da ação pelo juiz.
 
Já na condição de candidata vitoriosa, Lúcia Vilarinho disse que “o  Crea precisa se modernizar, se aproximar dos profissionais, se posicionar sobre temas importantes e, sobretudo, desempenhar com mais eficiência sua principal função, que é a de fiscalizar o exercício da profissão. Hoje estamos bem longe desta realidade”, reconheceu.  
 
Ela agradeceu aos seus eleitores pelo voto e confiança, em mensagem no Facebook. “Tenham a certeza de que farei tudo o que estiver ao meu alcance nesta empreitada, liderando nosso Conselho Profissional em uma nova fase, democrática, transparente e inovadora”.
 
Lúcia é graduada em engenharia civil pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), pós-graduada em engenharia legal e de avaliações pela Faculdade de Vila Velha (Univila), e especialista em análise de sistemas pelas Faculdades Integradas Espírito-Santenses (Faesa). 
 
Atuou como secretária de Habitação de Vitória, subsecretária de Saneamento e Programa Urbanos do Estado, subsecretária de Gestão Urbana de Vitória,  diretora de Projetos e Obras de Edificações no Instituto de Obras Públicas do governo do Estado e diretora geral do Departamento de Edificações Rodovias e Transportes (Dertes).

 

Anulação
 
Embora Lúcia Vilarinho tenha sido declarada a vencedora do pleito, o candidato Jorge Luiz e Silva diz não reconhecer esse resultado e que irá insistir na anulação do pleito, com base nos indícios de fraudes na apuração do votos. Ele requereu, na manhã deste sábado, a impugnação de quatro urnas (duas em Vitória e as outras em Linhares), o que foi acatado pela Comissão Eleitoral.
As suspeitas de fraudes apontadas por Jorge têm a ver com um número de votos maior que o de eleitores inscritos para votar, nas quatro urnas impugnadas por ele. “Bagunçaram a eleição na tentativa de desmoralizar o Crea. Não podemos admitir isso”, disse.
 
Também seria evidência de uma estratégia para distorcer o resultado, o fato de profissionais do Crea-ES terem sido impedidos de votar, sob o pretexto de que se encontravam em seções eleitorais erradas. Aconteceu principalmente em cidades do interior do Estado, segundo ele.
 
Outro concorrente ao cargo, Marcos Motta, confirmando denúncia de Jorge, ressaltou que também foi prejudicado na votação. “Um número significativo de eleitores meus, que tinham sido orientados pelo Crea a comparecer nesta ou naquela seção eleitoral, chegando lá foram impedidos de exercer seu direito ao voto. O motivo alegado é que estavam no local errado”, ressaltou. “Eu também fui prejudicado”, reforçou. 
 
 

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