No incidente, a defesa de Abraão – que sequer é parte na investigação contra o atual prefeito – alega que o juiz é amigo do demista e que, em função disso, as ações contra o chefe do Executivo não prosperam. Para provar, o peemedebista anexou fotos das redes sociais que demonstrariam relações de amizade entre o juiz e o prefeito. Uma das imagens teria sido feita no aniversário de uma irmã de Paulo Márcio, onde o magistrado teria a presenteado como um pequeno frasco de perfume.
Em resposta ao pedido, o juiz Edmilson Rosindo Filho negou qualquer tipo de parcialidade na condução do processo. Ele afirmou que tem laços de amizade com toda a comunidade de Água Doce. “Pois lá, construímos o Fórum local com doação do terreno, verba do poder Judiciário e da própria comunidade cujos registros lá se encontram, inclusive, muitas fotos. Mas isto, não quer dizer que não me sinta à vontade para julgar feitos daquela Comarca”, assegurou.
O juiz também questionou o fato de ter sido explorado o suposto presente. “Reconhecer um impedimento ou suspeição baseado num presente (amostra grátis ou miniperfume) que dei a uma irmã do senhor Paulo Márcio, desculpe-me, mas, ai é de doer”, declarou. Rosindo Filho também estranhou o fato da defesa de Abraão ter se declarado impedido de julgar outro processo envolvendo o atual prefeito, mas de execução alimentícia entre Paulo Márcia e uma filha.
“A uma que a parte além de invadir a vida privada das partes, esqueceu-se de que trata-se de processo de segredo de justiça, e os meios que conseguiu penso que devem ser investigados. A duas que o feito é de três anos atrás, e além do mais, o termo usado por este Magistrado foi de foro íntimo. Não precisamos manusear um dicionário para decifrar o significado de foro intimo, mas o excipiente parece necessitar pois dizer que significa laços de amizade e relação íntima. Desculpe-me, mas é para acabar”, cravou.
Já a ação de investigação judicial trata do suposto abuso de poder econômico e político cometido pela coligação de Paulo Márcio, reeleito no pleito passado. O PMDB acusa o adversário da compra de votos e de reajustar os salários dos servidores com a elevação da classe funcional. O partido requer a cassação do diploma dos eleitos, além da decretação da inelegibilidade por oito anos. O processo ainda deve ser julgado na primeira instância com a possibilidade de recurso junto ao TRE-ES.