O ponto de partida do debate foi a divulgação de instauração do procedimento preparatório contra 12 deputados e ex-deputados, sendo que seis deles continuam na Casa. Apesar de não figurar entre os investigados, Enivaldo classificou que a denúncia era um assunto requentado. “Esse procedimento consta, inclusive, o nome de um deputado que já faleceu (em referência ao ex-deputado Glauber Coelho, morto em agosto de 2014). Essa é uma atitude que o Ministério Público permanentemente usa, que é de afrontar e agredir a Assembleia”, declarou.
Para Enivaldo, o Ministério Público precisa aprender a respeitar a Casa. Segundo ele, a maioria dos membros do MPES recebe auxílio-moradia e por isso não teria condição moral para investigar as práticas no Legislativo. “Recebo como uma agressão à Assembleia, quando o MP está mandando um projeto para atender quase 450 cargos de assessores. Mas guerra é guerra”, disse Enivaldo, mencionando o fato de que deputados teriam sido pressionados por integrantes do Ministério Público para impedir que a Casa investigasse os ganhos de promotores e procuradores de Justiça.
“A Assembleia tem opção de alguns servidores trabalharem na base do deputado. Qual é o mal disso? Existem casos de membros e servidores designados no interior que atuam na Grande Vitória. E porque isso é feito num ano eleitoral? Você é um homem de bem até um promotor dizer que você não é”, questionou Enivaldo, que recebeu o apoio de colegas que aparecem no rol de investigados, como os deputados Josias Da Vitória (PDT) e Freitas (PSB).
A deputada Luzia Toledo (PMDB) também discursou durante a sessão. Ela foi citada nas investigações, mas disse não temer nada. “Estou tranquila. Acho um absurdo quando se toca na imagem de um político, quem lê aquela matéria faz uma série de interrogações. Nesse caso, é uma promoção em cima dos deputados. É muito fácil fazer um concurso público, basta ser um bom estudante. Mas nós não, eu passei no concurso público de quatro anos. Vem ver ser deputado. Quero ver o voto desse pessoal”, desafiou.
Logo após os pronunciamentos, o deputado Sandro Locutor rebateu as justificativas dos colegas. “Não tenho procuração para defender o Ministério Público ou meu irmão, cada instituição tem o seu papel definido. Mas a deputada não pode dizer que não tinham conhecimento das investigações por parte da promotora que antecedeu. As informações [sobre as investigações] estão no site do Portal da Transparência”, assegurou.
Locutor afirmou que também foi alvo da investigação, mas o processo foi arquivado: “Ninguém do Ministério Público quer se promover em cima de deputado. Todos daqui sabiam que haviam investigações em curso. Ninguém pode falar com hipocrisia”.