Esquema investigado pelo MPES envolveria 34 pessoas, incluindo ainda advogados
Os juízes Bruno Fritoli Almeida e Maurício Camatta Rangel estão entre os detidos na manhã desta quinta-feira (1º) durante a “Operação Follow the Money”, deflagrada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES), por meio da Procuradoria-Geral de Justiça e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco Central Norte), em cumprimento a mandados judiciais.
Bruno Fritoli continua preso no Quartel da Polícia Militar, em Maruípe, e Maurício Camatta Rangel foi liberado com tornozeleira eletrônica. Bruno chegou a ser suspenso das funções em 2023, depois de oito anos de atuação nas comarcas de Barra de São Francisco e Ecoporanga, no noroeste do Estado, mas foi reconduzido por decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Com o apoio da Polícia Militar, a operação consiste no cumprimento de sete mandados de prisão preventiva, 30 de busca e apreensão, dois de afastamento funcional de agentes públicos, e 13 de suspensão do exercício da atividade profissional e de proibição de contato entre pessoas e de acesso às dependências de órgãos públicos, além de monitoramento eletrônico.
Segundo o MPES, as investigações colheram “evidências contundentes do envolvimento de agentes públicos, advogados e particulares em ações judiciais simuladas a partir de documentação falsa, direcionamento da distribuição dos processos e emissão indevida de alvarás, com indícios de recebimento de vantagem indevida e lavagem de ativos”.
Residências de investigados, locais de trabalho, dependências de órgãos públicos e de empresas suspeitas de integrar o esquema são alvos das diligências. Ao todo, nove membros do Ministério Público coordenam os trabalhos, auxiliados por 97 policiais.