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Ex-funcionário de Petrobras denuncia vazamentos de gás ao Crea e à DRT

O ex-funcionário da Petrobras, Carlos Irapuan Lube de Menezes, levou a denúncia sobre o suposto vazamento de gás na sede de estatal em Vitória a outros dois órgãos: o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura no Estado (Crea-ES) e o Ministério do Trabalho. Nos ofícios protocolados na última semana, o ex-técnico de inspeção de equipamentos apresentou novos documentos que comprovariam os riscos à população. Ele também rebateu as alegações da empresa, que negou a ocorrência de vazamentos no local.

No documento endereçado ao Crea-ES, Carlos Irapuan pediu a abertura imediata de um procedimento de fiscalização nas instalações denunciadas, além da convocação do Corpo de Bombeiros para realização de uma nova vistoria no sistema de controle de incêndio da usina de refrigeração. Ele pediu ainda que o órgão solicite à empresa os vídeos das câmeras de segurança do prédio no dia 28 de agosto de 2012, quando teria ocorrido um vazamento de gás – período este que não abrange os 18 meses sem incidentes alegados pela empresa em nota enviada ao jornal Século Diário.

No texto, ele citou que as instalações não atenderiam a duas normas técnicas: a NR 13, que trata de critérios para o funcionamento de caldeiras e vasos de pressão – o sistema de refrigeração utiliza uma caldeira para “queimar” o gás natural e resfriar a água – e a NR 33, que trata das condições de segurança e saúde dos trabalhadores em espaços confinados. O ex-funcionário da Petrobras ainda se colocou à disposição do órgão para prestar esclarecimentos.

No ofício enviado à Delegacia Regional do Trabalho e Emprego, ligado ao Ministério, o ex-funcionário repete as alegações e ressalta o risco em potencial aos trabalhadores envolvidos no processo de refrigeração. Carlos Irapuan destaca que atuou durante dois biênios (2011/2012 e 2012/2013) como membro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), onde teria relatado uma série de irregularidades à empresa. Ele incluiu junto com as denúncias as atas de reuniões da comissão e relatórios de inspeção com imagens exclusivas sobre a área interna da usina.

Em um dos relatórios, os funcionários da Petrobras fizeram 21 observações sobre as instalações da Central de Utilidades do Edvit (Edifício Vitória), como a usina foi batizada pela companhia. Entre as fotos no documento, uma em especial (veja ao lado) chama atenção: da existência de espaços confinados na parte de baixo do prédio, que foi identificado pelo ex-técnico à reportagem como cavernas. No relatório, Carlos Irapuan e os demais membros que realizaram a inspeção destacam a existência de tubulação de gás e sem rota de fuga mapeada, o que contradiz a nota da própria empresa.

Ex-funcionário desmente nota da empresa

Na última sexta-feira (4), o jornal Século Diário publicou uma reportagem com o teor da nota enviada pela empresa, que negou a existência de vazamentos de gás nas suas instalações. A companhia afirmou que as operações no prédio seguem rigorosamente os critérios estabelecidos na legislação vigente e que realiza medições constantes do nível de qualidade do ar. A empresa declarou que, nos dias 11 e 16 de março, foram realizadas medições junto com os órgãos de fiscalização que não identificaram a presença de qualquer gás fora dos limites estabelecido.

Entretanto, o ex-funcionário do estatal contesta as alegações da empresa. Segundo ele, a aferição da qualidade do ar foi feita de forma inadequada, já que o local ideal para constatar a existência ou não dos vazamentos seria o subtérreo do prédio. Carlos Irapuan também voltou a declarar a existência das cavernas, que seriam comprovadas pelas fotos apresentadas nas denúncias. Ele avaliou que as respostas da empresa seria uma forma de “desconstrução de suas denúncias”.

Empresa nega vazamentos

Na nota, a Petrobras afirmou que todas as operações na sede atendem os critérios estabelecidos na Licença Ambiental de Operação e Alvará de Localização e Funcionamento, emitidos pela Prefeitura de Vitória e Corpo de Bombeiros. “Nos últimos 18 meses, essas medições são realizadas três vezes por semana, em cinco horários durante o dia. As aferições normalmente indicam ausência de qualquer gás fora dos limites estabelecidos pelos órgãos de controle”, narra um dos trechos da nota.

A empresa admitiu que, devido a condições meteorológicas específicas, identifica-se apenas a presença de monóxido de carbono na parte externa da usina de refrigeração, porém em índices muito inferiores ao limite estabelecido – que é de 39 partes por milhão (ppm). A nota garante que todas as medições são arquivadas, sem qualquer registro de vazamento de gás na unidade, localizada na Reta da Penha.

Em relação ao sistema de combate às chamas, a Petrobras informo0075 que o projeto de combate a incêndio foi aprovado pelo Corpo de Bombeiros, sendo que é inspecionado anualmente para a renovação do alvará. A estatal garantiu que mesmo em caso de falta de energia elétrica, o prédio tem geradores de emergência que garantem o funcionamento do sistema de combate a incêndio. A Petrobras também afirmou que não há registro de registro de animais mortos no prédio ou no seu entorno.

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