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Ex-presidente da Desportiva afirma que impediu estádio de ir a leilão

Engenheiro Araripe estaria em nome do grupo Vila-Forte, que reclama, segundo o liquidante, parte da dívida

O ex-presidente da Desportiva Ferroviária Wilson de Jesus revelou, nesta terça-feira (30), que impediu por três vezes que o estádio Engenheiro Alencar Araripe, em Jardim América, Cariacica, fosse a leilão para pagamento de dívidas acumuladas a partir da sociedade entre o clube e o Grupo Villa-Forte & Oliveira Empreendimentos e Participações S/A, que deixou de cumprir cláusulas contratuais.

Mais um leilão foi anunciado pelo liquidante processual, indicado pela Justiça, Vaner Corrêa Simões Junior, na última sexta-feira (26), com a informação de que teria, nesta semana, a avaliação sobre o valor para o uso do estádio pelo clube. Procurado por Século Diário nessa segunda-feira (29), Vaner esquivou-se e preferiu não responder aos questionamentos.

“Consegui o retorno do patrimônio ao clube”, garantiu Wilson, e afirma que possui toda documentação, que poderá mostrar quando retornar ao Espírito Santo, nos próximos dias. Acrescentou que o estádio está em nome da Vila-Forte, que reclama, segundo o liquidante, parte da dívida, que se elevaria a cerca de R$ 800 milhões.

Segundo Wilson de Jesus, durante sua gestão, ele pagou dívidas à Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan), no valor de R$ 100 mil; ao goleiro Geovani, de R$ 390 mil; ao jogador Mário Matador, de R$ 210 mil; e à Franel, do grupo Vila-Forte, de R$ 110 mil.

O anúncio do leilão do estádio Engenheiro Araripe ocorre quando a Desportiva (Associação Desportiva Ferroviária) negocia a venda de 90% de participação de sua Sociedade Anônima de Futebol (SAF), à Tiva, com o ex-jogador e ídolo do clube, Sávio Bortolini, a empresa Meden Consultoria e um grupo de investidores com experiência na área de entretenimento esportivo e no mercado financeiro.

Torcedores do clube e especialistas apontam que essa negociação nada tem a ver com o processo judicial, por ser tratar na área relacionada unicamente ao futebol. A sociedade teria como compromisso do grupo Vila-Forte construir, entre outros itens, construir um posto de gasolina na área externa do estádio.

O grupo não integralizou o patrimônio no acordo assinado no dia 19 de maio de 1999, quando deveria ter executado o pagamento imediato de 10% do valor total de R$ 1 milhão, em 20 parcelas mensais de R$ 30 mil, além de construir um posto de gasolina de bandeira “Frannel”, no valor de R$ 336,8 mil. O Vila-Forte, que se tornou majoritário com 51% das ações, garantiu apenas com o pagamento de R$ 104 mil.

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