No dia 10 de julho de 2015, um jovem de 29 anos foi assassinado na garagem do prédio onde morava na Praia da Costa, Vila Velha. Filippo Pelis Barbosa chegava em casa para o aniversário da mãe, quando foi alvejado por oito tiros de pistola, crime que foi presenciado pela irmã da janela do apartamento da família.
Faltando quatro meses para o homicídio completar três anos, o assassino confesso do jovem continua foragido. Georges Tannous Boueri Neto, conhecido como El Demônio, foi detido a poucos metros do local do crime, no mesmo dia do homicídio. Cerca de um ano depois, no dia 24 de abril de 2016, quando estava preso, foi internado sob escolta em um hospital particular localizado no bairro Divino Espírito Santo, também em Vila Velha.
Foi quando o servidor que acompanhava o detento teria sido rendido por dois homens e algemado dentro do hospital. Com o agente imobilizado, a dupla saiu da unidade pela porta da frente (foto ao lado). Eles teriam fugido em um veículo que os aguardava no estacionamento. Desde então, ou seja, há quase dois anos, Georges nunca mais foi recapturado pela polícia.
Campanha
De acordo com o pai do jovem assassinado, Marcos Valério Lima Barbosa, advogado e policial federal aposentado, o crime foi considerado homicídio duplamente qualificado. Foram três disparos de pistola nas costas do jovem Filippo e mais cinco na parte frontal, sem qualquer chance de defesa.
Segundo Marcos Valério, diante da morosidade do sistema de segurança pública do Estado em localizar e prender o foragido El Demônio, amigos e familiares resolveram protestar fazendo 50 mil panfletos da vítima e do assassino para tornar o caso público.
“Vamos distribuir em todo o Espírito Santo e em outros estados. Já levamos o caso à Anistia Internacional e também a veículos de imprensa fora do Estado. Todos estamos revoltados, decepcionados e preocupados com o fantasma da impunidade. Sabemos que houve erros primários nessa fuga, pode ter havido facilitação e o Estado parece que nada faz”, disse.
O policial federal, que é advogado da Associação de Mães e Familiares de Vítimas de Violência do Estado do Espírito Santo (AMAFAVV), explica que não se tem notícia da captura do preso foragido, se a Polícia do Estado investigou a fuga e se há agentes públicos envolvidos. Apesar disso, segundo ele, o processo está seguindo e um Júri Popular deve ser marcado nos próximos meses.