De acordo com informações do MPES, a mercadoria era vendida sem o pagamento de impostos para bares e restaurantes. Esses estabelecimentos adquiriam as bebidas por um preço mais baixo e as revendiam também por valores mais baixos, gerando uma concorrência desleal. Assim, esses comerciantes podem ter compactuado com as fraudes e, portanto, além dos responsáveis pela carga e intermediários, também são alvo de investigação.
As investigações apontaram que atravessadores, intermediários e comerciantes do Espírito Santo se deslocavam para o sul da Bahia para comprar cerveja de determinadas marcas por um preço bem mais em conta, devido à diferença de tarifação entre os dois Estados, podendo ganhar até R$ 6,00 por caixa. No caso de pagamento do imposto (quando pago), o valor fica com o Estado da Bahia, gerando enorme prejuízo para o Espírito Santo.
Entre novembro de 2016 e outubro de 2017, o MPES estima que o Fisco capixaba deixou de arrecadar aproximadamente R$ 22 milhões, considerando apenas os municípios da região norte. A Operação Gelo desbaratou duas frentes que atuavam no comércio ilegal de cervejas há cerca de cinco meses.
Foram expedidos pelo juízo da 3ª Vara Criminal de Linhares expediu quatro mandados de prisão, 23 mandados de busca e apreensão e 15 mandados de condução coercitiva. As investigações continuam agora com a análise do material apreendido e dos depoimentos dos envolvidos.
A operação foi deflagrada pelo MPES, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – Regional Norte (Gaeco-Norte), pelo MP da Bahia, por meio do Gaeco-BA, a Companhia de Ações Especiais da Mata Atlântica (Caema), a Secretaria de Estado da Fazenda do Espírito Santo (Sefaz), o Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar ao MPES e o 12º Batalhão da Polícia Militar.