Pela manhã, o prefeito foi recebido na cidade por moradores, lideranças comunitárias e servidores públicos, que fizeram uma caminhada da ponte de acesso à Vila até a sede da Prefeitura. Antes de entrar no prédio, o grupo fez uma oração em frente à portaria. Uma parte do grupo usava caminhas brancas como um pedido de paz para o município. No período de afastamento de Doutor Luciano, que estava longe do cargo desde o último dia 17, o mesmo grupo utilizou roupas pretas em protesto contra a gestão interina, pedindo o retorno do prefeito eleito.
No período da tarde, o prefeito se reuniu com a equipe que já trabalhava em sua gestão. Na reunião, ele pediu a todos que façam um levantamento das ações desenvolvidas pela gestão interina. Em função disso, o expediente será interno nas repartições públicos do município até esta terça-feira (7). A previsão é de que o atendimento ao público seja restabelecido apenas na quarta-feira (8). Esse deve ser ainda o prazo necessário para a normalização do sistema da rede de comunicação e de dados da prefeitura, informou a assessoria de comunicação da Prefeitura de Itapemirim.
O prefeito havia sido afastado do cargo por ordem do Tribunal de Justiça do Estado (TJES) durante a segunda fase da Operação Olísipo, deflagrada pelo Ministério Público Estadual (MPES). Estão sendo investigadas suspeitas de irregularidades em desapropriações de áreas no município. Em março do ano passado, foi deflagrada a primeira fase da operação, que também resultou no afastamento de Doutor Luciano. Ele ficou longe do cargo por quase cinco meses. Ele já é réu na ação penal relativa à fase inaugural da Olísipo.
De acordo com o MPES, essas concorrências eram direcionadas, irregularmente afastadas e por vezes superfaturadas, e objetivavam a contratação de apresentações artísticas e shows musicais, contratações de serviços de engenharia e de obras públicas com pessoas físicas e jurídicas, ou ainda locação e aquisição de bens e serviços diversos. Somente em relação às despesas com shows musicais, o órgão ministerial apontou gastos na ordem de R$ 10 milhões, incluindo, cachês, sonorização e aparato técnico.
O nome da operação “Olísipo” remonta ao primeiro nome da atual cidade de Lisboa, capital de Portugal. Na povoação, na época sob domínio do Império Romano, o sobrenome Paiva teve muita importância. Na região, fixaram-se famílias que cultivavam terras e, em troca de comida e de vinho, recebiam proteção.