Pesquisa realizada pela associação que representa os juízes do Trabalho apontou apoio de 522 magistrados à greve marcada para a próxima quinta-feira (15) pelos juízes federais – 280 se declararam contrários. Diante do resultado, segundo a Folha de S. Paulo, a categoria resolveu aderir à greve que defende a manutenção do pagamento do auxílio-moradia.
Com a decisão, os magistrados pretendem atender apenas casos considerados urgentes, como pedidos de liminar, e vão remarcar outras audiências.
Os juízes federais já haviam confirmado participar da paralisação, depois de a categoria ter aprovado a adesão. A informação foi divulgada pela Associação dos Juízes Federais (Ajufe), no dia 1º de março, por meio de nota. Segundo a entidade, 81% dos 1.300 votantes concordaram com a greve de um dia. Os magistrados protestam contra o fim do auxílio-moradia, pago hoje a mais de 17 mil juízes, desembargadores e ministros de tribunais superiores, no valor de R$ 4.377 mensais, cada.
Os juízes alegam que estão sendo vítimas de perseguição por conta das decisões duras contra autoridades investigadas por corrupção, semelhante a que os magistrados sofreram na Itália após a “Operação Mãos Limpas”.
No Espírito Santo, de acordo com o Marcelo Rosado, juiz federal representante da Ajufe, “a tendência é que os juízes das diversas seções judiciárias de todos os estados adiram, mas é uma decisão pessoal de cada um”.
Embora a nota da entidade nacional defenda a concessão do benefício, alegando que o mesmo é pago a membros de outros poderes, Rosado nega que a paralisação seja contra o julgamento do auxílio-moradia pelo Superior Tribunal Federal (STF), o que, segundo ele, já foi anunciado há bastante tempo.
A polêmica do auxílio-moradia será discutida no Supremo no próximo dia 22 de março. Entidades apontam que o pagamento a autoridades que possuem residência própria no município de atuação é inconstitucional.