Na decisão prolatada na última semana, o desembargador Sérgio Luiz Teixeira Gama determinou o arquivamento imediato do caso, sem a necessidade de apreciação do Poder Judiciário. O relator argumentou que “é indubitável a necessidade de se acolher a determinação emanada da ilustre titular da ação penal”. O Ministério Público se manifestou pela “ausência de elementos mínimos de irregularidades capazes de imputar aos investigados” após analisar as provas e realizar as diligências necessárias.
O trio era investigado por suposta ligação com o esquema de fraudes nos contratos entre o Instituto de Atendimento Socioeducativo (Iases) e a Associação Capixaba de Desenvolvimento e Inclusão Social (Acadis). O inquérito policial apontava indícios de participação do parlamentar e do juiz, cujos parentes tinham contratos no âmbito do sistema prisional capixaba. Já o defensor público era acusado de usar o cargo para supostamente favorecer a terceirização das unidades de ressocialização. Todos negavam qualquer participação em qualquer ilícito
A operação já resultou em uma denúncia de improbidade contra duas empresas e 21 pessoas, sendo que nenhuma dos citados como foro especial. Em junho de 2014, a Justiça recebeu a ação movida pelo Ministério Público. Atualmente, o processo segue em fase de instrução. São réus naquele processo, o ex-secretário estadual de Justiça, Ângelo Roncalli, a ex-diretora-presidente do Iases, Silvana Gallina, o diretor da Acadis, Gerardo Bohórquez Mondragón, além de ex-servidores públicos, dirigentes da entidade e empresários. O MPES acusou um desvio de cerca de R$ 38 milhões dos cofres públicos.
Apesar da existência da denúncia na seara cível, a promotoria não denunciou criminalmente os envolvidos no escândalo, que culminou na queda do então secretário de Justiça. A operação policial resultou na prisão de 13 pessoas da direção do Iases e da Acadis.