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Justiça recebe ação penal contra vereadores e servidores em Itapemirim

O juiz da 1ª Vara Criminal de Itapemirim (região litoral sul), José Flávio D'Ângelo Alcuri, determinou o recebimento da ação penal contra cinco pessoas, entre eles, vereadores e servidores públicos, por fraudes administrativas na gestão da vice-prefeita Viviane Peçanha da Rocha (PSDB), que assumiu o município por quase cinco meses em 2015. O Ministério Público Estadual (MPES) pediu a prisão preventiva do pastor evangélico Josué Batista da Silva, um dos réus da ação, mas o juiz negou a solicitação por falta de elementos suficientes para concessão da medida.

Na decisão prolatada nesta terça-feira (8), o magistrado entendeu a ocorrência de justa causa para a propositura da ação penal contra todos os envolvidos. Além do pastor Josué – como é conhecido – foram denunciados os vereadores Leonardo Fraga Arantes, o Patinho (DEM), de Itapemirim, e Romar Azevedo Mendes (PP), de Alegre; o funcionário público Gedson Alves da Silva; e o advogado Yamato Ayub Alves, que chefiou a Procuradoria do município no período de interinidade.

Os réus do processo terão o prazo de dez dias para responder à acusação. O juiz José Flávio Alcuri determinou ainda a notificação das Câmaras de Vereadores dos dois municípios sobre o processo. O Ministério Público já havia informado os presidentes das duas casas legislativas para a tomada das providências cabíveis em relação aos vereadores denunciados.

Segundo a denúncia (0000576-57.2016.8.08.0026), os cinco envolvidos “se organizaram [ilicitamente] e usaram da força política e abusiva para a prática dos delitos”. O MPES alega que eles teriam se usado da “assunção precária” de Viviane para conspirar contra sua administração. “Aproveitando de sua inexperiência política implantando naquele período de exercício da prefeita a organização delituosa com fins de obterem vantagens pessoais, indevidas, imorais e ilegais”, afirma.

A promotoria narra que o vereador teria se infiltrado dentro da administração da Viviane para conseguir favores pessoas através de contatos com Gedson, Josué e Yamato, que ocuparam cargos comissionados durante o período de afastamento do prefeito Luciano de Paiva Alves (PSB). Segundo a denúncia, Gedson e Josué funcionavam como uma espécie de “braço direito” do vereador local, inclusive, manipulando o resultado de um processo seletivo de pessoal no período de gestão da vice-prefeita.

Sobre a participação de Yamato, o promotor de Justiça, Mauro Luiz Duarte Gazzani, que assina a denúncia, afirma que as escutas revelaram fortes indícios de que o advogado – que atuou nas gestões de Viviane e da irmã, a ex-prefeita Norma Ayub Alves (DEM) – “tinha participação direta e sabia das tramoias praticadas e organizadas pelos denunciados”. Em relação a participação de Romar, que também é servidor da Assembleia Legislativa, o MPES aponta uma “troca de favores” com o colega vereador de Itapemirim, também para obtenção de vantagens pessoais.

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