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​Matador de professor de capoeira comprou a arma cinco dias antes do crime

Familiares e amigos, que se despediram de Cuarassy Pedro Medeiros Del Nery nesse domingo, clamam por justiça e prisão de Tiago Vianna

O matador do professor de capoeira Cuarassy Pedro Medeiros Del Nery, conhecido como Guará, 39 anos, ocorrido na noite de sexta-feira (18), na Vila de Itaúnas, município de Conceição da Barra, norte do Estado, comprou ilegalmente a arma na qual fez os disparos cinco dias antes de cometer o homicídio. A informação consta no depoimento prestado pelo próprio autor do crime, Tiago Passos Vianna – Tiago Aranha -, que após fugir do local, compareceu à Delegacia de Polícia de Conceição da Barra no sábado (19). 

PC

Tiago disparou pelo menos três tiros nas costas da vítima, e, apesar de ter confessado o crime à Polícia Civil e ainda ter se evadido do local e dispensado a arma, até a tarde desta segunda-feira (21) permanecia em liberdade. Sua prisão depende da execução do mandado de prisão preventiva pela Justiça, expedido ainda no sábado (19). “Não tem ninguém preso aqui por esse crime”, disse um policial na Delegacia de Conceição da Barra.

Um vídeo gravado no local contribuiu para reforçar a versão de que o crime não foi em legítima defesa, como alega o autor dos disparos. As imagens mostram a vítima sendo alvo de provocações do criminoso, ao que respondia, repetidamente: “Vai embora, não quero te ver, você arruma confusão e fala que vai matar os outros”. Depois de iniciada uma briga, Tiago entra num estabelecimento e imediatamente os disparos são efetivados.

A decisão da Justiça considera “indícios suficientes de autoria e materialidade” e afirma a necessidade da “decretação da prisão preventiva, afim de que se possa, assim, garantir a manutenção da ordem pública”. 

Cuarassy era neto do jornalista e fotógrafo Rogério Medeiros, que possui propriedade há mais de 40 anos em Itaúnas, onde a população está revoltada com o crime. Segundo relatos da comunidade, que está com medo, ele foi provocado pelo criminoso confesso, quando estava trabalhando em uma loja que abriria no verão, como fazia diariamente. 

Arquivo Pessoal

O assassinato do professor de capoeira ganhou grande repercussão, pela forma como ocorreu. Nesse domingo (20), ele foi enterrado sob homenagens no Cemitério Santo Antônio, em Vitória, com sucessivas cobranças pela rápida elucidação dos fatos e a prisão de Tiago Aranha.

Guará, como era conhecido na capoeira, tinha dois filhos, e ensinava o esporte para crianças em várias escolas de Vitória. O depoimento de uma mãe exalta o relacionamento dele com o próximo: “Uma pessoa cheia de luz e sabedoria, que se dedicava a dividir com seus alunos não só ensinamentos sobre a capoeira, como também mensagens de encorajamento, empatia, afeto e amor ao próximo. Exemplo de esforço e coragem”. 

Arquivo Pessoal

Os familiares também descrevem Cuarassy como um rapaz de ” riso solto, alegre e protetor”. A família está desolada com a brutalidade do ocorrido, uma vez que sempre possuiu uma ligação forte com a Vila de Itaúnas.

Esse é o terceiro homicídio em menos de um mês em Itaúnas, com denúncias de atuação de milícias, gerando um clima de insegurança na população, com reflexos negativos na movimentação de turistas, na conhecida “Capital do forró”.

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