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MPES arquiva procedimento contra ex-governador Renato Casagrande

O Ministério Público Estadual (MPES) arquivou investigação contra o ex-governador Renato Casagrande (PSB) e o ex-secretário de Planejamento, Davi Diniz de Carvalho, sobre eventuais pagamentos sem empenhos (reserva orçamentária) no final da última gestão. Na decisão, a promotora de Justiça, Graziela Argenta, aponta que os indícios até então produzidos não demonstram a prática de atos de improbidade. Ela se baseou nas manifestações do Tribunal de Contas (TCE) e do depoimento de um ex-diretor da Secretaria de Justiça (Sejus).

“Pelo exposto, considerando que os indícios produzidos nestes autos apontam pelo cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), inexistência de prova de dano ao erário e inexistência de prova de conduta dolosa, não se justifica a continuidade do procedimento ou a instauração de inquérito civil. Portanto, medida que se impõe é o arquivamento da investigação”, afirmou, citando ainda que existia disponibilidade de caixa para saldar as dívidas da administração passada.

O procedimento havia sido instaurado a partir de uma comunicação da Secretaria de Controle e Transparência (Secont) – já no governo Paulo Hartung (PMDB), que teria identificado supostas condutas de improbidade administrativa e crimes contra as finanças públicas. Além de manifestações do TCE, as investigações foram instruídas com o relatório final da CPI dos Empenhos da Assembleia Legislativa, que decidiu não indiciar o ex-governador.

Após meses de trabalho e uma disputa política intensa nos bastidores, a CPI concluiu que apenas três secretários do governo Casagrande realizaram, no final de 2014, pagamentos sem os devidos empenhos. Foram mantidos no documento como denunciados os ex-secretários Iranilson Casado (Desenvolvimento Urbano), Tadeu Marino (Saúde) e Maurício Duque (Fazenda).

No início das apurações, a questão dos empenhos era vista como um novo turno da disputa entre Hartung e Casagrande com a tentativa de responsabilização do socialista na suporta desorganização das finanças do Estado. Chegou-se a falar que a intenção seria forçar a reprovação das contas do ex-governador para tirá-lo do jogo político de 2018 em eventual tira-teima com Hartung – uma possibilidade hoje cada vez mais remota.

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