Ministério Público aponta que Tiago Viana (foto) matou Cuarassy Medeiros Del Nery por motivo fútil e quer submetê-lo a Júri Popular
O Ministério Público do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça de Conceição da Barra, norte do Estado, denunciou Tiago Passos Viana, matador confesso do professor de capoeira Cuarassy Pedro Medeiros Del Nery, 39 anos, por crime de homicídio por motivo fútil. O MPES requer a prisão preventiva do acusado e que ele seja submetido ao Tribunal Popular do Júri.
O crime ocorreu na vila de Itaúnas no dia 18 de dezembro de 2020, onde a vítima frequentava desde criança, gerando comoção e revolta.
O MPES defende que Tiago seja condenado nas sanções do Artigo 121, §2º, II, do Código Penal, além de requerer sua prisão preventiva, “para garantir a ordem pública e a instrução processual”.
A denúncia ocorre seis dias depois de Tiago Viana, conhecido como Tiago Aranha, sair da prisão, onde ficou por um mês, por ato do juiz Diego Franco de Santanna, da comarca de Conceição da Barra, que alegou excesso de prazo previsto para a conclusão do inquérito policial. O magistrado não considerou, porém, o período de dez dias em que ele deixou de se apresentar à Polícia após a decisão judicial que determinou sua prisão, publicada um dia após o crime.
A denúncia do MPES relata que o acusado confessou ter adquirido, sem registro, uma arma de fogo cinco dias antes e passou a andar com o armamento em local público. Após cometer o crime, jogou a arma em um rio, para impedir a perícia, dificultando as investigações e a produção de provas.
“A vítima trabalhava em uma loja. Na ocasião, o denunciado chegou ao local e os dois iniciaram uma discussão e entraram em luta corporal. Mesmo com moradores pedindo que o acusado se afastasse, ele foi ao interior de uma pousada e, após pegar uma arma de fogo, atirou contra a vítima, que morreu no local”, prossegue o Ministério Público.
Para a Promotoria, “Tiago Passos Viana cometeu o homicídio por motivo fútil, já que tinha uma rixa anterior com uma pessoa, de quem a vítima teria tomado as dores. Essa situação foi relatada pelo próprio denunciado em um áudio enviado por aplicativo de celular. O MPES, inclusive, juntou aos autos um áudio enviado pelo acusado a uma pessoa não identificada, logo após o crime, confessando que, além de ter cometido o homicídio, iria apagar do aplicativo a mensagem em que relata esses fatos”.
Relatos e um vídeo gravado no local do crime contestam, desde então, a versão de legítima defesa apresentada pelo assassino confesso à Polícia. As imagens mostram a vítima sendo alvo de provocações do criminoso, ao que respondia, repetidamente: “Vai embora, não quero te ver, você arruma confusão e fala que vai matar os outros”.