Passados mais de 12 anos após a morte do juiz Alexandre Martins de Castro Filho, o julgamento do acusado de mando do crime, o juiz aposentado Antônio Leopoldo Teixeira, deve sofrer um novo atraso. Nessa quinta-feira (7), o juiz da 4ª Vara Criminal do Tribunal do Júri de Vila Velha, Marcelo Soares Cunha, determinou a remessa dos autos do processo ao Tribunal de Justiça do Estado (TJES) para o exame de um novo recurso da defesa. O processo estava pronto para marcação da data do júri popular, porém, o juiz do caso entendeu que existe a necessidade de pronunciamento sobre um agravo em recurso extraordinário.
O ex-magistrado deve ser o último mandante do crime ocorrido em março de 2013 a ser levado para o banco dos réus. No próximo dia 25, outros dois acusados de mando – o ex-policial civil Cláudio Luiz Andrade Baptista, o Calú, e o coronel da reserva da Polícia Militar, Walter Gomes Ferreira, devem ir a a júri. O Ministério Público afirma que o trio teria articulado a morte do juiz, muito embora não tenha sido apresentada nenhuma prova considerada irrefutável contra qualquer um deles.
Somente os assassinos do juiz – Odessi Martins da Silva Filho, o Lumbrigão, e Giliarde Ferreira de Souza – e os intermediários – Leandro Celestino, o Pardal, que teria emprestado a arma do crime; André Luiz Tavares, o Yoxito, que emprestou a moto usada pelos executores; o ex-policiais militares Heber Valêncio; Ranílson Alves de Souza, acusados de “investigar a rotina do juiz”; e o traficante Fernando Reis, o Fernando Cabeção, cujo nome surgiu no bojo das escutas telefônicas – foram condenados.
Todos eles foram beneficiados com a progressão da pena e estão em regime aberto, com exceção de Lumbrigão, que já tem direito à progressão do regime, e Fernando Cabeção – que responde a outros crimes. Por conta de vários recursos na Justiça estadual e nas instâncias superiores, os acusados de mando do crime ainda não foram para o banco dos réus.
O juiz Alexandre Martins foi morto na manhã do dia 24 de abril de 2003, quando chegava a uma academia de ginástica na Praia da Itapoã, em Vila Velha. Ele tinha acabado de estacionar o carro e foi baleado na rua. Na época, o magistrado integrava uma missão especial federal que, desde julho de 2002, investigava as ações do crime organizado no Espírito Santo. .
As defesas de Calú e do Coronel Ferreira negam qualquer participação de seus clientes no crime, inclusive, os advogados sustentam que o crime seria um latrocínio (assalto seguido de morte) e não um crime de mando.