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​Organização criminosa com ligações internacionais é desarticulada no Espírito Santo

Esquema movimentou mais de R$ 800 milhões, com participação de investigados da Lava Jato. Empresários foram presos

MPES

Um grupo criminoso com ramificações nacionais e internacionais que agia no Espírito Santo foi desarticulado nesta terça-feira (15), em uma operação denominada Piànjú, deflagrada pela Polícia Civil, com a participação do Ministério Público do Estado (MPES), por meio do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e apoio do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar. 

A organização criminosa sediada no Estado movimentou mais de R$ 800 milhões e, na operação, foram presos dois grandes empresários e identificados envolvimento com pessoas investigadas com a Operação Lava Jato. Wilson Caoduro e Pablo Sandes, da Sandes Náutica Marine, em Jardim da Penha, Vitória, são dois dos investigados na operação. Houve busca e apreensão na empresa.

A operação ocorreu de forma simultânea no Espírito Santo (Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica), São Paulo (Capital, Santos e Jaguariúna), Ceará (Fortaleza) e Alagoas (Maceió), tendo sido empregados 118 agentes, entre delegados, investigadores e agentes das Polícias Civis, além de promotores de Justiça e agentes do Gaeco do Espírito Santo e de São Paulo.

O grupo atuava de forma estruturada com a finalidade de praticar diversos crimes, entre eles: organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos públicos e particulares, inserção de dados falsos em sistemas informatizados, falsidade ideológica, estelionato e falsa comunicação de crime.

Foram expedidos 126 mandados judiciais, sendo 18 de prisão preventiva, cinco de prisão temporária, 30 de busca e apreensão, 23 sequestros de embarcações, 43 ordens judiciais de bloqueio de contas bancárias e duas de suspensão de atividades econômicas.

Entre as ordens de busca e apreensão, encontram-se 12 imóveis, três veículos de luxo (Porsche Panamera, Maserati Granturismo S e Mercedes Benz GLA200FF), 12 motos aquáticas e 11 embarcações.

Durante dois anos de investigação, a Divisão Especializada de Furtos e Roubos de Veículos comprovou que a célula da organização criminosa investigada, que atuava no Espírito Santo, composta por dois grandes empresários capixabas, além de diversos outros membros, agia como “prestadora de serviços” de lavagem de capitais para outras organizações criminosas.

Possuía, inclusive, ligação com empresas e pessoas investigadas e denunciadas no âmbito de diversas fases da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, Ministério Público Federal e Justiça Federal, entre elas, a Operação Chorume, Operação Descarte, bem como empresas que já foram investigadas por atuarem com os doleiros Alberto Youssef E Nelma Kodama, todos no âmbito da Força Tarefa da Operação Lava Jato, além de uma empresa investigada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por desvios de mais de R$ 98 milhões em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Foram dados cumprimentos aos mandados de prisão expedidos dos membros responsáveis pelo esquema de lavagem de capitais, que era realizado por meio de empresas de fachada e fictícias, criadas valendo-se de identidades falsas, expedidas pelo Setor de Identificação da própria Policia Civil do Estado, onde a organização criminosa se valia da precariedade do sistema atual de emissão de identidades civis e os beneficiários da lavagem, ou seja, os “clientes”, que tinham os valores remetidos para contas de empresas na China e Estados Unidos.

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