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PF faz operação no Estado contra extremistas que envolve dois deputados

Carlos Von e Capitão Assumção estão entre os alvos de mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão 

Assembleia

A Polícia Federal (PF) no Espírito Santo cumpriu nesta quinta-feira (15) quatro mandados de prisão preventiva e 23 mandados de busca e apreensão no inquérito que apura a prática de atos antidemocráticos. Os deputados bolsonaristas Carlos Von (DC) e Capitão Assumção (PL) estão entre os alvos da operação. Eles terão que utilizar tornozeleira eletrônica.

Agentes federais estiveram na Assembleia Legislativa nesta manhã e apreenderam computadores e outros documentos nos gabinetes. O vereador Armandinho Fontoura (Podemos), futuro presidente da Câmara de Vitória, também está na mira da operação.

Foto Leitor

A operação foi realizada em Vitória, Vila Velha, Serra, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim, seguindo determinação do ministro Alexandre de Morais, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e em atendimento a representação da Procuradoria-Geral de Justiça do Estado (PGJ-ES).

Além do Espírito Santo, as diligências foram realizadas nos estados do Acre, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina. Os mandados visam responsabilizar organizadores dos atos contra o processo eleitoral que deu a vitória ao candidato Lula (PL), já diplomado e que tomará posse em 1º de janeiro.

Após a eleição, grupos bolsonaristas ocuparam vias públicas do país e espaços em frente a quartéis do Exército, promovendo baderna e criando situações extremas, inclusive com ameaças terroristas, como ocorreu nessa segunda-feira (14), em Brasília.

Magno Malta

Entre outras medidas adotadas para reprimir as ações de seguidores de Jair Bolsonaro contra o processo eleitoral, no final da tarde dessa quarta-feira (14), também o TSE abriu processo contra o senador eleito, Magno Malta (PL), no âmbito da denúncia de que agiu para desacreditar o pleito e seu resultado. A investigação inclui também o presidente e alguns de seus aliados mais próximos. A confirmação do atos poderá torná-los inelegíveis.

A investigação atinge o ex-ministro e seu ex-candidato a vice-presidente, Walter Braga Netto; dois dos filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP); as também deputadas Carla Zambelli (PL-SP) e Bia Kicis (PL-DF); os deputados federais eleitos Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-GO).

O ministro Benedito Gonçalves, corregedor-geral eleitoral do TSE, aceitou pedido de investigação feito pela coligação Brasil da Esperança, pela qual Lula foi eleito presidente.

Segundo a solicitação, Bolsonaro e os aliados usaram as redes sociais para propagar narrativas que desacreditavam o sistema eleitoral brasileiro e, atuando juntos, amplificaram o alcance da desinformação e violaram a liberdade de pensamento, opinião e voto livre e consciente das pessoas.

Para a coligação de Lula, Bolsonaro “se valeu das prerrogativas de seu cargo público para a consecução dos citados objetivos em diversas ocasiões”. Entre os episódios citados estão a reunião com embaixadores, em julho deste ano, e o suposto uso da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para tentar obstruir a votação no dia do segundo turno da eleição.

“Os demais investigados, detentores de cargos parlamentares, teriam também abusado de seu poder político, empregado para manutenção desse poder ao custo da eliminação do ‘jogo democrático”, prossegue o texto do pedido.

Braga Netto é citado em outro processo, em que ele e Bolsonaro são investigados por possível prática de abuso de poder político e econômico. A coligação de Lula ressalta que o presidente e seu candidato a vice usaram a máquina pública para tentar influenciar na escolha dos eleitores. Entre as medidas citadas estão a antecipação de parcelas do Auxílio-Brasil e do Auxílio-Gás, o aumento no número de famílias beneficiadas e a criação e pagamento de auxílios a caminhoneiros e taxistas.
 

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